Universidade do Algarve atribui título “doutor honoris causa” a Sampaio da Nóvoa

O candidato presidencial está contra as “métricas absurdas de avaliação de professores e investigadores”. José Barata-Moura diz: “Criticar não é dizer mal, é procurar ver bem”.

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Sampaio da Nóvoa estranha que Belém considere apoiar uma candidatura "das políticas de austeridade, dos rostos do passado, de Passos Coelho, de Paulo Portas e das políticas que foram feitas nos últimos anos”. Ricardo Castelo\NFACTOS

O candidato presidencial, António Sampaio da Nóvoa, critica a actual política de ensino e rejeita a linguagem dos “rankings” que se alargou ao mundo académico.

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O candidato presidencial, António Sampaio da Nóvoa, critica a actual política de ensino e rejeita a linguagem dos “rankings” que se alargou ao mundo académico.

Nesta quinta-feira, no discurso de encerramento da cerimónia da atribuição do título de “Doutor Honoris Causa”, que lhe foi conferido pela Universidade do Algarve (Ualg), lembrou que a “aprendizagem de todos é a marca de água da escola pública e da liberdade”. Em relação ao papel que caberá aos professores, destacou o lado negativo das avaliações: “rankings tantas vezes perversos a uma vida académica dominada por métricas absurdas de avaliação dos professores e investigadores”

O antigo reitor da Universidade de Lisboa teve como padrinho de doutoramento José Barata-Moura. Durante o discurso de elogio ao novo doutor da Ualg, lembrou a importância da “autonomia” e o “autogoverno” das universidades para que o ensino não caia num “ajustamento domesticado a uma disciplina de fábrica que os capatazes controlam”. Noutro capítulo, chamou a atenção para as cautelas que devem ser tomadas “para que a promoção da “excelência” não descambe em tráfico de notoriedades no burgo”.

Por seu lado, o candidato presidencial, investido no papel de universitário, recordou que se tem batido pela “procura de uma liberdade que não existe sem igualdade, sem diversidade, sem aprendizagem”. Por isso, aproveitou a ocasião para sublinhar a importância do conhecimento, cultura e criação artística: “Há quem considere que a democracia deve parar à porta da escola. Mas não”, enfatizou

No mesmo sentido critico em relação à politica de ensino, manifestou-se o reitor da Universidade do Algarve, António Branco. “A educação não é um serviço, e muito menos um produto”, disse. Por conseguinte, deixou um apelo: “Devemos ser muito exigentes no momento de escolhermos aqueles a quem atribuímos a responsabilidade de administração politica da educação, nas várias instâncias de decisão e nas várias vertentes de actuação”. , Barata- Moura concluiu: “Criticar não é dizer mal, é procurar ver bem”. O doutoramento honoris causa de Sampaio da Nóvoa foi aprovado por unanimidade pelos mais 200 membros da Academia, por proposta do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais.