Quase mil euros para ser português
Independentemente do veredicto final, a Comunidade Israelita de Lisboa informa no seu site que cobra uma taxa de 500 euros para a abertura e a análise dos processos.
Independentemente de qual for o veredicto final, a CIL informa no seu site que cobra uma taxa de 500 euros para a abertura e a análise dos processos que lhe são submetidos por candidatos à nacionalidade. “Esta taxa é exigida pois trata-se de um serviço complexo e de extrema responsabilidade que necessita de uma estrutura específica a nível profissional e logístico e, como tal, exige por parte da CIL um investimento”, justifica Teresa Santos, que tem acompanhado a análise destes processos em Lisboa.
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Independentemente de qual for o veredicto final, a CIL informa no seu site que cobra uma taxa de 500 euros para a abertura e a análise dos processos que lhe são submetidos por candidatos à nacionalidade. “Esta taxa é exigida pois trata-se de um serviço complexo e de extrema responsabilidade que necessita de uma estrutura específica a nível profissional e logístico e, como tal, exige por parte da CIL um investimento”, justifica Teresa Santos, que tem acompanhado a análise destes processos em Lisboa.
Na Comunidade Israelita do Porto o montante a pagar é deixado ao critério do candidato. “Não é correcto falar em taxas, mas sim em contribuições de judeus estrangeiros que são nossos irmãos de fé e não clientes”, esclarece Michael Rothell, acrescentando a propósito: “James Harlow, por exemplo, (um dos candidatos que já tem um certificado), contribuiu para a comunidade com 140 euros. Outros endossaram à CIP montantes menores ou maiores”.
Os candidatos à nacionalidade apresentam depois um requerimento ao Ministério da Justiça e para abrir este processo no Instituto dos Registos e do Notariado precisam de pagar 250 euros. A estas verbas há que somar todos os gastos para a obtenção das provas documentais sobre a sua ligação ancestral a Portugal. “Uma pequena fortuna”, comentou o americano James Harlow a propósito do que gastou na sua incursão que ainda dura ao passado da família.
Quando o Parlamento português aprovou, há dois anos, a concessão da nacionalidade a descendentes de judeus sefarditas, Yenothan Elazar testemunhou ao PÚBLICO a sua vontade de a requerer por causa do “significado histórico” que teria para ele, descendente em simultâneo de judeus espanhóis e portugueses, expulsos da Península Ibérica a partir do final do século XV. Ainda não o fez.
“Já tenho todos os documentos mas não achei certo que a comunidade israelita esteja a cobrar tanto dinheiro. Acho que estão a fazer negócio connosco e que o montante pedido é uma barreira a eventuais interessados. Por mim, vou esperar que mudem”, diz agora Elazar, que dirige um centro de estudos religiosos em Santo Domingo, na República Dominicana, onde seguem ainda “o ritual judaico português”. com Tiago Luz Pedro