Costa vê “com naturalidade” dirigentes socialistas na campanha de Nóvoa
O socialista diz que o PS será uma “alternativa” à política deste Governo e critica o executivo por precipitar decisões de privatização no fim da legislatura. Sobre a TAP, defende que Governo deve ter capacidade de diálogo na gestão do conflito e procurar consenso alargado.
Costa foi parco em explicações sobre as presidenciais, na deslocação que fez neste domingo à Ovibeja. Mantém apenas o que tem vindo a dizer nos últimos tempos — que o partido irá pronunciar-se "no momento próprio" e agora está "concentrado nas eleições legislativas".
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Costa foi parco em explicações sobre as presidenciais, na deslocação que fez neste domingo à Ovibeja. Mantém apenas o que tem vindo a dizer nos últimos tempos — que o partido irá pronunciar-se "no momento próprio" e agora está "concentrado nas eleições legislativas".
Mas também sobre as legislativas, limitou-se apenas a observar que a “direita está a fazer um enorme esforço para travar o PS”: "Aquilo que verifico é que a direita faz um enorme esforço de coligação para travar a força do PS, mas nós estamos com muita confiança, porque sabemos que a nossa força é a força dos cidadãos que querem uma mudança e uma alternativa e é isso que nos dá força", afirmou.
Críticas a privatizações em final de mandato
Um dos assuntos que mereceu mais declarações de Costa foi a TAP. Em Beja, o socialista admitiu estar “muito apreensivo” em relação a um processo que tem sido “muito negativo”, criticando a decisão do Governo de pretender a privatização da empresa a 100% e no final da legislatura, sem que antes procurasse um “consenso político alargado”.
A TAP, prossegue o secretário-geral socialista, é uma empresa que “garante a soberania nacional”. Perder esse valor “é um risco enorme para o futuro do país”, sentencia. A dimensão do conflito exige que Governo “procure o consenso político que deveria começado por procurar”, observa ainda. Simultaneamente, defende, o Governo deveria desistir da 2ª fase da privatização e encontrar uma solução que “devolva a paz social” à empresa e que permita “parar uma greve” que está a ser “negativa” para o conjunto da economia nacional.
"Era essencial que o Governo revelasse capacidade de diálogo político e social, que não tem revelado, e não esgotasse estes últimos tempos desta legislatura com a precipitação de decisões [de privatização], seja nos transportes urbanos, na TAP, no sector das águas, que são decisões muito gravosas para o país e que Governo algum em final de legislatura devia sentir-se legitimado para tomar. É um erro que está a ser pago duramente pela economia nacional", afirmou.
A solução alternativa foi “há muito tempo apresentada pelo PS”: “É incompreensível que não se tenham esgotado todos os esforços na comissão europeia para que se procedesse à capitalização pública da TAP”. Ao contrário do que tem sido dito pelo Governo, assinalou, “não é verdade que a União Europeia não permita capitalização pública, ainda recentemente isso foi permitido”.
E mesmo que não houvesse recursos do Estado para fazer essa capitalização, a solução deveria ter sido “aumentar o capital da empresa por via da sua dispersão em bolsa”, recusando o caminho seguido pelo Governo de aceitar perder a posição maioritária que o Estado detém no capital da empresa, concluiu Costa.