Marco Paulo: “Eu canto o amor para toda a gente”
Em Janeiro, Marco Paulo fez 70 anos. Em 2016, completará 50 de carreira, durante os quais vendeu mais de 5 milhões de discos. O cantor que detesta Eu tenho dois amores já não divide.
Prior Velho, às portas de Sacavém, aeroporto da Portela nas proximidades. Marco Paulo está há quase oito horas naquela sala ampla de pé direito altíssimo na sede da sua editora, a Espacial. Sucederam-se jornalistas atrás de jornalistas, que o cantor recebeu com cordialidade, curioso por ouvir e ansioso por contar. Sente-se que quer aproximar-se um pouco mais de quem o cobrirá de perguntas. Por isso, a conversa flui sem que seja ainda entrevista. “Estamos a conhecer-nos um pouco.”
Está cansado, mas um artista é um artista e cumpre escrupulosamente as suas obrigações. “Foram horas e horas neste blá-blá-blá”, dirá então. “Mas vamos conversar. Vou dar-lhe uma hora e qualquer coisa, pode ser?” Podia. Seguiram-se duas horas de entrevista.
Viajámos desde Mourão, a pequena vila alentejana onde nasceu quando a II Guerra Mundial chegava ao fim, até este Diário que edita pouco depois de completar os 70 anos de vida (aconteceu em Janeiro), idade que, pela aparência, pela pele sem rugas, nunca lhe daríamos.
Fomos desde a Alenquer em que se descobriu cantor, até à Eurovisão em 1967. Daí até uma jaula de leões, pouco depois da Revolução de Abril, e ao superestrelato com essa Eu tenho dois amores com que, curiosamente, mantém relação difícil. “Odeio o célebre ‘Dois Amores’”, disparará. Explica: “Primeiro porque cansava-me muito, tinha de puxar muito pela voz na parte final. Depois, achava-a muito repetitiva. E por fim a letra. Aquele ‘tenho dois amores e não sei de qual deles gosto mais’ não era coisa que me agradasse. Soava um bocado a bigamia.” Ainda assim, não se arrepende de a ter gravado e certamente que não a tem como maldita. “Eu não tenho de agradar a mim. Tenho de agradar às pessoas. A partir do momento em que um disco vai para o mercado, já não é meu.” Ou melhor, sendo de Marco Paulo, é para as pessoas.
Foi por elas que Marco Paulo esteve dois anos e meio sem editar discos. A crise financeira e social atingia o pico de onde parece não ter ainda saído e o cantor de Ninguém, ninguém não quis dificultar mais a vida aos que o ouvem. “Uma família até tem emprego e está a alugar uma casa. Mas tem muitos filhos”, conjectura. “A mãe é grande fã do Marco Paulo e, se quisesse comprar o CD dele, possivelmente o dinheiro fazia falta. Pedi à editora esse espacinho.” Esse espacinho terminou agora. Porquê? “Eu falo muito com as pessoas. Estou no palco e digo o nome das pessoas, das fãs, das minhas amigas que vão aos concertos. E auscultei.”
Ouviu dizerem-lhe que tinham saudades de canções novas, que estavam a precisar de um disco novo do seu amigo que é também seu ídolo. E Marco Paulo voltou. Diário é nome do novo álbum de um dos cantores mais populares do país, de um dos rostos ícone do Portugal dos anos 1970 e, principalmente, dos 80. O cantor que via extremarem-se posições à sua volta — era ídolo adorado como ídolo e era também visto como corpo (e caracóis) de um popularucho nada sofisticado que o bom gosto não deveria tolerar.
Marco Paulo respondia às críticas como sempre respondera. Respondeu como recorda agora. “Saía um disco meu e era platina. Depois lia ‘tem uma grande voz, canta muito bem, só que as canções...’ Mas o grande público fazia delas grandes sucessos. Quem é que estava enganado? Eu não era. O público não era de certeza absoluta. Só podia ser quem tinha a facilidade de dizer mal do trabalho de uma pessoa.” Não o magoava não gostarem da sua música, entenda-se. “Eu já pertenço um bocadinho às pessoas, mas não me convenço e ninguém me convence de que todo o país gosta de me ouvir cantar. Claro que não. E respeito isso.” O que o magoava era a desconsideração pelo empenho na profissão. “Estava a tentar fazer o meu trabalho com dignidade, o melhor que conseguia. É a minha profissão e é com isso que ganho o meu pão e que governo a minha casa.” Este pormenor é-lhe muito importante.
João Simão da Silva nasceu em Mourão, a 21 de Janeiro de 1945. Cinco anos depois mudou-se com os pais e irmãos para Alenquer. Foi na cidade do Oeste que foi descoberto. Decorria um casamento e, no meio da festa, um dos convidados ouve um miúdo que cantava na rua com os amigos. Passados uns minutos, o miúdo de oito anos estava no cimo de um banco a trautear uma canção do famoso cantor criança Joselito, Campanera, e a receber os aplausos pela primeira actuação pública. Com direito a cachet e tudo. “Ofereceram-me um prato de arroz de cabidela”, recorda o miúdo que, 13 anos depois, escolheria o nome artístico de Marco Paulo.
Entre os convivas, estava um membro da comissão de festas da vila. Resultado: algum tempo depois, João Simão subia ao palco das festas de Alenquer para interpretar novamente a Campanera. O sucesso garantiu convite para regresso no ano seguinte, dessa vez já com acompanhamento profissional assegurado pela orquestra do maestro Nóbrega e Sousa, futuro autor do Sol de Inverno com que Simone de Oliveira venceu o festival da Canção de 1965 e do Sobe, sobe, balão sobe com que Manuela Bravo ganhou o de 1979. A actuação redundaria, porém, em desastre. A Campanera, sempre ela, o maestro a lançar a canção num tom demasiado alto e o jovem cantor que nunca tinha ensaiado — “eu sabia lá o que era ensaiar” — a perder-se nas alturas do tom que não alcançava. “Nem acabei a música. Saí de palco a correr. Foi traumatizante.” Os pais haveriam de o encontrar à porta de casa, lavado em lágrimas. Mas a música ficara — não tardaria a receber o primeiro cachet a sério: 50 escudos e um garrafão de tinto.
Entretanto, nova mudança de cidade, seguindo o percurso profissional do pai, trabalhador nas Finanças, levou-o ao Barreiro. Tinha 17 anos. “Como ficava só a uma hora de Lisboa, era mais fácil ir conhecer o meio [artístico].” E João Simão foi. Em 1965, Cidália Meireles, do Trio Irmãs Meireles, que na década de 1940 conquistara grande sucesso em Portugal e no Brasil, e então apresentadora de Tu Cá, Tu Lá, programa televisivo de variedades, apresenta no pequeno ecrã o jovem cantor. Chamou-lhe João Paulo.
Em 1966, contratado para a Valentim de Carvalho pelo produtor Mário Martins, que o vira na actuação televisiva e que com ele trabalharia nas três décadas seguintes, deixa de ser João Paulo e, definitivamente, João Simão da Silva. “Naquela altura, tínhamos de ter dois nomes. Amália Rodrigues, Simone de Oliveira, Madalena Iglésias, António Calvário. Eu gostava de Marco, porque ouvia falar muito do Marco António, o de Roma, e já tinha o Paulo [da apresentação televisiva]. Ficou Marco Paulo.”
Quando foi editado o primeiro disco, o cantor de 21 anos passeava pelas ruas de Lisboa, encantado com os cartazes “enormes” espalhados pela cidade. “Já não era o meu nome. Era o nome que tenho há 50 anos.” A carreira arrancava. Marco Paulo estava feliz. A mãe, que tanto gostava de o ouvir cantar e a quem tanto orgulhavam os elogios das vizinhas, estava feliz igualmente. Na editora, que vira na sua nova contratação “um rapaz com voz potente e com boa figura” — “para aquela época, era como artista de cinema, de novela” — esfregava-se as mãos de contentamento ao imaginar um sucessor para a grande estrela António Calvário. No meio de tudo isto, só o senhor Silva se mostrava reticente. “O meu pai não achava muita graça às cantorias”, recorda Marco Paulo. “Lá em casa não queria artistas, porque os artistas morriam todos na miséria, tinham amizades falsas, ganhavam hoje e gastavam amanhã. Ele ambicionava para mim o que tinha para ele. Era funcionário do Estado e queria que eu o seguisse nas Finanças. Eu sabia que não era por mal. Queria proteger-me.” A pressão da mãe, aliada à persuasão da editora, asseguraram que tal nunca se concretizasse.
O mais próximo que Marco Paulo esteve de seguir o desejado pelo pai aconteceu quando do destacamento militar para a Guiné-Bissau durante a Guerra Colonial, período em que ocupou, durante dois anos, a função de escriturário. Nas férias, regressava a Lisboa para gravar, de forma a manter viva a carreira. O pai, por sua vez, aceitaria por fim que o filho tomara a opção correcta. Aconteceu cerca de duas décadas depois, ao entrar na casa que este adquirira nos arredores de Sintra.
Na passagem da década de 1960 para a de 1970, Marco Paulo continuou a aumentar a sua discografia. Um dueto com Simone de Oliveira, Tu e só tu, versão de Something stupid; o verter para português do hino hippie San Francisco (Be sure to wear flowers in your hair); uma revisita às canções do Festival Eurovisão da Canção de 1970. “O estúdio era uma responsabilidade tão grande que, hoje, não sei se o faria. Tinha de gravar com uma orquestra ao vivo, não podia desafinar, não podia enganar-me na letra. Gravava humildemente, à espera de um sucesso e de fazer bem feito para que toda a gente ficasse contente. Se tivesse um engano ou não cantasse como o produtor queria, deixava mal as 50 ou 60 pessoas da orquestra. Era uma coisa maravilhosa, mas também um sofrimento.”
Quando cai a ditadura a 25 de Abril de 1974, Marco Paulo está no Canadá a cantar para as comunidades emigrantes. No regresso, estranha o país. “Achei isto tudo muito esquisito. Chegar ao aeroporto e ver tanta tropa, tanta gente, tanta euforia. Era o 25 de Abril, era a liberdade, mas como não estava metido na política, nem de uns, nem de outros, não me apercebi de mais nada.” Não demorou a compreender, porém, que para o seu ofício os tempos tinham mudado. A revolução estava no ar e a música comprometia-se, reflectindo e ambicionando ser alavanca para o novo país em construção. A música ligeira e os cantores românticos do nacional-cançonetismo perdiam protagonismo. Ou, como diz agora Marco Paulo, “havia outro estilo de música, adequado ao que estávamos a atravessar”. Acontece que “precisava de trabalhar” e que a sua “enxada” era a sua voz. Consequência disso, deu por si a fazer coisas que hoje não faria. Como cantar num circo no Porto, enfiado numa jaula de leões.
“Estávamos quase no final das festas [de Natal e Ano Novo] e, para aguentarmos mais uma semana, perguntaram-me se teria coragem de entrar na jaula dos leões e cantar uma canção ou duas. Não achei muita piada. Estava lá todas as semanas, via os leões e eles não eram nada simpáticos.” Mas cantou. E foi um sucesso, como recorda com humor. “Foi anunciado em todos os jornais e tivemos sempre casa cheia. Estava toda a gente à espera que o Marco Paulo fosse devorado na jaula.”
Uma década depois, tudo mudara. Marco Paulo não voltaria ao circo, não voltaria a enfiar-se certamente numa jaula.
Em 1978 gravou Ninguém, ninguém. O país trauteava o romantismo existencialista enquanto dançava aquela opulência disco para festa popular do refrão — “Ninguém, ninguém, poderá mudar o mundo/ Ninguém, ninguém, é mais forte que o amor/ Ninguém, ninguém, ninguém” —, e as portas abriam-se, por fim, de par em par.
A partir daí, as vendas dos seus discos passaram a contar-se em dezenas de milhares, em centenas de milhares, em milhões. Em 1988, com Joana, torna-se o primeiro músico português a atingir a tripla platina. Seis anos depois, está na RTP a apresentar o seu programa televisivo, Eu Tenho dois Amores — e as audiências mostram que o país o via em peso, ora para seguir o ídolo, ora para criticar o cantor de “música para sopeiras”. Quando, depois de superar um cancro, regressa aos concertos em 1997, é recebido em apoteose no Coliseu do Porto, segundo relatou a imprensa à época.
Hoje, encontramo-lo orgulhoso e vaidoso da carreira que construiu, mas não parece haver nele pingo de deslumbramento. “O meu pai dizia-me para pensar no dia de amanhã e foi o que fiz. Trabalhar, trabalhar e trabalhar para que um dia, se deixasse de cantar, não precisasse de servir-me dos meus amigos. E para demonstrar ao meu pai que consegui organizar a minha vida.”
Ao longo da entrevista, desvalorizará os seus feitos. A participação no Festival da Canção de 1967, com Sou tão feliz, na edição vencida por Eduardo Nascimento com a vibrante interpretação de O vento mudou? “Cantei porque me convidaram e porque estava numa editora [Valentim de Carvalho] que fez questão que eu fosse.” O estrelato na década de 1980, quando era o cantor mais ouvido no país? “Havia muitas solicitações, mas não respondia a muitas. Achava sempre que as pessoas não me davam grande importância.” O convite que nos conta ter-lhe sido endereçado recentemente para actuar no Olympia de Paris e nos Coliseus de Lisboa e do Porto? “Acho sempre que essas coisas todas são demais para mim. Se tiver de fazer, farei com muito gosto, mas isso não fará com que deixe de ser o Marco Paulo, de ter a voz que tenho e a carreira que fiz. Não vai fazer com que cante melhor do que quando vou dar um concerto numa vila qualquer de Portugal.”
Marco Paulo conhece o seu lugar, que é o seu país, e o seu público, que é o povo envelhecido que o habita. “Grandes produções? Não tenho. Tenho o que é necessário para a forma como devo apresentar-me ao meu público. Foi ele que me pôs lá em cima e eu tenho de lhe dar o melhor. Mas não são grandes produções, porque eu sei o país em que vivo.” Em Estrada da Minha Vida, biografia editada em 1995, lia-se: “[Os ouvintes] Sabem que vivi as situações que canto e que tal como eles sou um ser humano que adora a cozinha à portuguesa, bacalhau com grão, sardinhas assadas e tantas outras coisas que fazem as delícias deste povo espantoso a que eu pertenço.” O percurso de Marco Paulo espelha também, de certa forma, aquilo que o país foi, é e não deixou de ser. Vemo-lo.
Há aquela foto do jovem galã encostado ao carro desportivo laranja. Cabelo cortado curto, pullover sobre a camisa, casaco sobre o pullover. Estávamos em 1966 e Marco Paulo sorria para a objectiva do fotógrafo na capa do seu primeiro single, Não sei. Há aquela outra foto: as mãos nos quadris, a camisola de gola alta em padrão amarelo e castanho muito anos 70, o cabelo a crescer que os tempos já eram outros, a árvore onde se apoia em primeiro plano e a paisagem rural em fundo. Estávamos em 1972 e Marco Paulo dava voz a Fala amorosamente, cantada sobre a banda sonora de O Padrinho, composta por Nino Rota, e cantava, no lado B Tu és uma mulher, não és uma santa, primeiro sinal dos corpos mais expostos e da luxúria “você não tem um pingo de vergonha/ e todo o homem sonha ter alguém assim” que se revelaria na década de 1990 — período em que o católico Marco Paulo viu duas músicas do álbum Amor Total, Leva-me para a cama e Amante, irmão e amigo, proibidas na Rádio Renascença.
E há, claro, a imagem do cantor sorrindo para a foto, em pose. Tem sobre o peito a mão de uma mulher a quem não vemos o rosto. Tem como penteado os caracóis que se tornaram marca de um tempo. Sob a foto, fundo amarelo desmaiado, o título da canção. Ano, 1980. Eu tenho dois amores. O Marco Paulo que já era uma estrela tornava-se, definitivamente, um fenómeno. Demorara década e meia para ali chegar. Marco Paulo: os caracóis, a voz, o microfone a saltar de uma mão para a outra, o passaporte para a eternidade na memória popular.
Ao longo de todos estes anos, mantém esse estranho paradoxo de ser alguém que parece muito próximo enquanto se mantém à distância. Durante a entrevista com a Revista 2, atenderá dois telefonemas. Uma senhora que exclama “olá meu querido amigo”, antes de partilhar com ele a felicidade de Diário estar a ser “muito bem recebido”. Um médico, fã como a mãe já o era, que lhe quer dar os parabéns pela prestação num programa televisivo em que participara na noite anterior. Tal conjuga-se com a distinção que faz entre o artista e o homem distante dos holofotes. “Eu sou o cantor no palco. Aí, gosto de lidar com as pessoas normalmente. [Fora dele] não me exponho muito. Não frequento locais públicos. Não vou a centros comerciais. Não vou todos os dias a restaurantes, porque não fui habituado. Não frequento a noite, porque também não fui habituado.” Garante que as suas primeiras férias só chegaram em 1995, quase três décadas depois de iniciar uma carreira profissional. “Gosto muito mais de estar em minha casa”, comenta.
Enquanto conversamos, descreve-nos o almoço anual, em Fátima, que junta 300 admiradoras ali chegadas em autocarros por elas fretados, vindos de Lisboa e do Porto. “Eu não mexo em nada. Estou presente e pago a minha parte.” Paga-se o almoço, o autocarro, “e um euro todas elas para depois me ofereceram uma lembrança”. O cenário é assim descrito: “As que são casadas levam os maridos, as que têm namorados levam os namorados. As avós levam os netos e juntam-se 300 pessoas num convívio.” No fim, Marco Paulo canta para todas elas.
A mulher de costas na capa de Eu tenho dois amores são todas as mulheres de Marco Paulo, homem solteiro. Ele é o cantor que já não tem fãs, tem amigas. “Eu criei uma amizade tão grande com as pessoas que já não me dá jeito chamar-lhes fãs.”
Eis então o rei da música ligeira portuguesa, ainda impressionado com os números da sua carreira. Ao longo de 49 anos, Marco Paulo vendeu mais de cinco milhões de discos. “Passados este 49 anos, ainda me surpreende pensar que metade dos portugueses têm em casa a minha voz, porque eu vivi tudo isto com muita naturalidade, sem grandes coisas por trás.”
“Isto” são os quase 50 anos de carreira que se cumprem em 2016, cinco décadas certas passadas desde a edição de Não sei.
O tempo esbateu as divisões e Marco Paulo foi absorvido pela cultura popular, sem hierarquização de gosto, acima do “pimba” que antecedeu e do qual se sente distante. É-nos próximo, tornou-se um familiar com quem atravessámos as últimas décadas. A banda sonora é extensa e já atravessou gerações. De certa forma, já não precisa de ser legitimado ou reavaliado. Marco Paulo são pedaços de música e as imagens que evocam. São refrões que todos conhecem mesmo que pertençam à metade da população que não tem um disco dele em casa. Joana, Maravilhoso coração, Taras e manias, Sempre que brilha o sol, Eu tenho dois amores, Morena, morenita, Canção proibida, Amante, irmão, amigo.
Ao longo destas quase cinco décadas de carreira, manteve-se constante. Marco Paulo nasceu cantor romântico e cantor romântico, à antiga, continuará a ser. “Eu canto o amor para toda a gente, desde que as pessoas se sintam bem a ouvir o amor que eu canto. Não é o amor piegas. Não é o amor de vão de escada. É o amor normal do dia-a-dia da vida das pessoas.” Foram as últimas palavras da entrevista. Ficam-lhe bem. Repita-se: Marco Paulo é para as pessoas.