Exército nigeriano liberta novo grupo de raptadas pelo Boko Haram

Pessoas resgatadas esta semana são agora perto de 500. Amnistia diz que é apenas a “ponta do icebergue”.

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Ofensiva desencadeada em Fevereiro obrigou os islamistas a recuar Emmanuel Braun/Reuters

“São 60 mulheres de diferentes idades e cerca de 100 crianças”, disse o porta-voz do Exército, Sani Usman. As reféns estavam detidas em condições “desumanas”, declarou o porta-voz das Forças Armadas, Chris Olukolade.

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“São 60 mulheres de diferentes idades e cerca de 100 crianças”, disse o porta-voz do Exército, Sani Usman. As reféns estavam detidas em condições “desumanas”, declarou o porta-voz das Forças Armadas, Chris Olukolade.

Na terça-feira, tinham sido libertadas 200 raparigas e 93 mulheres, igualmente de campos conquistados pelo Exército ao grupo islamista na floresta de Sambisa, no Nordeste.

A libertação desse primeiro grupo criou a expectativa de que entre as resgatadas pudessem estar algumas das mais de 200 estudantes do liceu de Chibok raptadas pelo Boko Haram em 2014, mas até agora não há qualquer confirmação.

Das 276 estudantes raptadas a 14 de Abril de 2014 em Chibok, 57 conseguiram fugir nas horas seguintes, mas desconhece-se o paradeiro das outras 219.

As libertações dos últimos dias “não são mais do que a ponte do icebergue”, disse Netsanet Belay, director de investigação da Amnistia Internacional para África. Num relatório divulgado há duas semanas, a organização admite que o número de mulheres e raparigas nigerianas sequestradas desde o início de 2014 seja “sem dúvida superior” a dois mil.

Testemunhos recolhidos pela Amnistia indicam que muitas foram submetidas a trabalho forçado e usadas como escravas sexuais. Algumas tiveram de combater.

Fonte militar nigeriana citada pela AFP diz que, entre as libertadas esta quinta-feira, algumas foram usadas como “escudos humanos” face ao avanço do Exército.

Com apoio de forças do Níger, Chade e Camarões, o Exército nigeriano desencadeou em meados de Fevereiro uma ofensiva que levou à expulsão do Boko Haram dos principais centros urbanos que tinha ocupado. Nas últimas semanas avançou sobre Sambisa, um refúgio dos islamistas.

Desde que começou, há seis anos, a insurreição do Boko Haram e a sua repressão provocaram a morte de mais de 15 mil pessoas. Mais de 1,5 milhões foram, segundo as Nações Unidas, obrigadas a deixar as suas casas.