Juncker diz que é preciso facilitar a imigração legal
Eurodeputados pedem mais acção da União Europeia e dos Estados-Membros contra o flagelo da imigração ilegal
“Temos de trabalhar sobre a imigração legal”, afirmou Juncker, num debate sobre o tema no Parlamento Europeu, considerando “insuficiente” a resposta dos países da UE à tragédia do Mediterrâneo.
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“Temos de trabalhar sobre a imigração legal”, afirmou Juncker, num debate sobre o tema no Parlamento Europeu, considerando “insuficiente” a resposta dos países da UE à tragédia do Mediterrâneo.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações, este ano 14.908 já cruzaram o Mediterrâneo entre o Norte de África e a Itália. O número de mortos em naufrágios ou por outras causas já está em 1780.
Na semana passada, o Conselho Europeu, onde estão representados os governos dos países da UE, decidiu triplicar o financiamento da missão europeia Tritão, para interceptar embarcações de refugiados no Mediterrâneo e assim travar o fluxo de entradas na Europa. Mas a medida tem sido criticada em várias frentes, por não ser suficiente perante a dimensão do problema.
Durante o debate no Parlamento Europeu, vários eurodeputados exibiram cartazes com os dizeres “Je suis un migrant”, como forma de protesto.
Mas as palavras de Jean-Claude Juncker mereceram críticas provenientes do seu próprio grupo político no Parlamento, o Partido Popular Europeu. “Um em cada cinco jovens não tem emprego no nosso continente”, disse o eurodeputado alemão Manfred Weber.
Após o debate o Parlamento Europeu aprovou uma resolução em que apela à União Europeia e os Estados-Membros a fazerem todos os esforços possíveis para impedir que mais vidas se percam no mar, incluindo através da extensão do mandato da operação Tritão, coordenada pela Frontex, às operações de busca e salvamento a nível da UE e de uma operação humanitária europeia de salvamento, sólida e permanente.
Os eurodeputados propõem também o estabelecimento de uma "quota vinculativa" para a repartição dos requerentes de asilo entre todos os países da UE, mais contribuições para os programas de reinstalação de refugiados, o reforço da cooperação com países terceiros e medidas mais pesadas contra os traficantes de seres humanos e as redes criminosas de passadores.