Pilotos da TAP decidem manter greve ao fim de um dia de reuniões
Encontros entre pilotos terminaram sem “decisões novas”. Para esta quarta-feira está marcada uma concentração em Lisboa contra a decisão dos pilotos.
Depois de uma reunião de quase quatro horas na sede do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) em Lisboa, o dirigente sindical Helder Santinhos garantiu, já na madrugada de hoje, que a greve se mantém e que “não houve decisões novas”.
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Depois de uma reunião de quase quatro horas na sede do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) em Lisboa, o dirigente sindical Helder Santinhos garantiu, já na madrugada de hoje, que a greve se mantém e que “não houve decisões novas”.
Questionado sobre a discórdia entre a direcção do sindicato e os pilotos que pediram na terça-feira esta reunião ao presidente do SPAC, por se mostrarem preocupados com a paralisação, Helder Santinhos preferiu recordar os motivos que levaram à convocação da greve e disse que “a situação está nas mãos do Governo e da TAP”.
O dirigente do SPAC falava aos jornalistas depois do encontro, que juntou cerca de 70 pilotos, e não respondeu a mais questões, enquanto decorria uma outra reunião, esta apenas da direcção do SPAC. Antes já tinha decorrido outra reunião num hotel junto ao aeroporto de Lisboa, onde estiveram presentes cerca de 150 pilotos que admitiram “estar preocupados com a greve” e que pediram “outra condução do processo”, descreveu Carlos Leitão, que liderou o encontro. De acordo com este porta-voz, alguns dos pilotos estão contra a greve e por isso vão voar entre 1 e 10 de Maio.
A lista dos voos que a companhia aérea vai assegurar durante os dez dias de paralisação foi conhecida na terça-feira. Em função dos serviços mínimos definidos pelo tribunal arbitral, a TAP irá operar 276 ligações. A empresa espera assegurar mais frequências, mas tudo dependerá da adesão dos trabalhadores aos protestos.
De acordo com a lista cedida pela transportadora aérea ao PÚBLICO, ficam assegurados 40 voos para os Açores ao longo da greve – dez entre em Lisboa e Ponta Delgada e os restantes entre a capital e a Terceira. Já para a Madeira, haverá pelo menos 30 frequências, a maioria entre Lisboa e o Funchal e apenas duas entre esta cidade e o Porto.
No caso dos destinos internacionais, o Brasil é o mais protegido pelos serviços mínimos, estando prevista a realização de 40 voos (20 entre Lisboa e São Paulo e outros 20 entre Lisboa e o Rio de Janeiro).
Para Angola, França, Reino Unido, Luxemburgo, Suíça, Alemanha, Bélgica e Itália, a listagem contempla um total de 20 voos no período da paralisação. E, por fim, no caso de Moçambique serão seis as ligações asseguradas.
A operação programada pela TAP corresponde exclusivamente aos serviços mínimos, podendo realizar-se mais frequências se os pilotos comparecerem ao serviço. O presidente da companhia de aviação afirmou na segunda-feira que tem a expectativa que seja essa a opção de alguns deles, depois de mais de 400 terem decidido participar nas reuniões que Fernando Pinto realizou na semana passada para debater a greve e a situação financeira da empresa.
Para esta quarta-feira foi convocada uma concentração de trabalhadores contra a decisão dos pilotos. O programa prevê uma marcha silenciosa, marcada para as 12h, que arranca da portaria da sede da companhia e termina junto ao terminal dos tripulantes, com passagem pelas chegadas e partidas do aeroporto da Portela.
A lista completa de voos assegurados pela TAP pode ser consultada aqui.