Costa promete “beneficiar” 700 mil empresas

Líder do PS defendeu redução da TSU, por oposição à descida do IRC. Ouviu críticas e elogios às propostas socialistas.

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Costa esteve reunido com os autarcas do distrito de Viana do Castelo Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PS defendeu uma das propostas constantes do documento - a da redução da TSU em 4 pontos percentuais para as empresas – com o argumento de que, “em vez de beneficiar cento e poucas mil empresas, estamos a beneficiar 700 mil”. A comparação feita pelo líder socialista era com a previsão de empresas benificiárias da redução do IRC, prevista no acordo PS/maioria com que o principal partido da oposição rompera já.

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O secretário-geral do PS defendeu uma das propostas constantes do documento - a da redução da TSU em 4 pontos percentuais para as empresas – com o argumento de que, “em vez de beneficiar cento e poucas mil empresas, estamos a beneficiar 700 mil”. A comparação feita pelo líder socialista era com a previsão de empresas benificiárias da redução do IRC, prevista no acordo PS/maioria com que o principal partido da oposição rompera já.

Apesar do tom geral mais a tender para o elogio, as confederações patronais não deixaram de assinalar algumas “reservas” em relação ao relatório. Francisco Calheiros, da Confederação do Turismo Português (CTP) considerou “negativa” a revisão da posição do PS sobre o IRC, por considerar que a redução prevista era “importante para o investimento”. Também António Saraiva, da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), assumiu as suas “preocupações” pela “instabilidade que era colocada” pelo PS. E João Machado, da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) seguiu na mesma linha, ao afirmar que o “investimento externo não é despiciendo”.

A questão dos contratos a prazo – que o PS pondera limitar a substituições – foi igualmente vista como uma medida negativa. Calheiros destacou a importância desses contratos para o sector do turismo, em que a sazonalidade impera. Foi João Machado, da CAP, quem fez questão de lembrar que o PS tinha de encontrar uma solução para o problema que criava. "Também nos foi garantido que, a par da abolição dos contratos a prazo, tal como está hoje presente na lei, haverá flexibilização laboral em outras áreas, no sentido de permitir que contratos de curta duração possam continuar a existir", salientou.

Ainda assim, os patrões não deixaram de elogiar a inciativa. "Estamos perante caminhos diferentes, o que quer dizer que não há uma inevitabilidade das políticas. Este documento tem o mérito de propor outro tipo de soluções", declarou o presidente da CAP. Francisco Calheiros saudou o PS pela apresentação de "um documento importante". "É extraordinariamente importante que, a seis meses das eleições, haja um documento que será a base da proposta de Governo do PS. Isso dá tempo mais do que suficiente para a CTP analisar e tomar depois uma posição mais detalhada", disse, depois de se manifestar a favor da redução do IVA da restauração e do golfe dos 23 para os 13%. E António Saraiva admitiu como “aspectos positivos” do relatório as propostas na área da reabilitação urbana e o conjunto de medidas de desburocratização no Estado.