Marco António Costa diz que há "todas as razões" para a coligação PSD/CDS-PP
Social-democrata sublinhou que a coligação foi apresentada “no momento em que ambos os partidos consideraram que era o momento adequado” e que “não nasce de um ato espontâneo, nasce do trabalho de quatro anos”.
O dirigente do PSD considera que a renovação da coligação é “um acto natural” e mostra-se condescendente com os críticos, usando o mesmo termo para designar a atitude da oposição. “As críticas que foram feitas por parte da oposição revelam o nervosismo que julgo que é natural da parte da oposição relativamente a esta proposta de acordo que os líderes [do PSD e do CDS-PP] anunciaram", afirmou o também vice-presidente coordenador da Comissão Política Nacional.
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O dirigente do PSD considera que a renovação da coligação é “um acto natural” e mostra-se condescendente com os críticos, usando o mesmo termo para designar a atitude da oposição. “As críticas que foram feitas por parte da oposição revelam o nervosismo que julgo que é natural da parte da oposição relativamente a esta proposta de acordo que os líderes [do PSD e do CDS-PP] anunciaram", afirmou o também vice-presidente coordenador da Comissão Política Nacional.
"Foi com alguma estranheza que ouvimos críticas muito pouco sustentadas da parte do PS e do seu líder à nossa coligação", disse Marco António Costa, que defendeu que a aliança da direita foi apresentada na altura que “ambos os partidos consideraram que era o momento adequado". E reforçou: "Não nasce de um acto espontâneo, nasce do trabalho de quatro anos."
Confiante está Assunção Cristas, a vice-presidente centrista e responsável pelo programa eleitoral do CDS-PP, que no Funchal defendeu que a coligação tem “todas as condições” para vencer as legislativas deste ano. A também ministra da Agricultura e do Mar, que se encontra na Madeira para apresentar o Documento Estratégico para o Mar daquela região autónoma, afirmou que a coligação se alicerça numa "base sólida de propostas viáveis", que visam o "desagravamento progressivo dos impostos", nomeadamente do IRS e do IRC, por ser este o momento de poder "devolver aquilo que, em momento muito difícil e por culpa do PS", se retirou às pessoas.
A centrista foi, porém, mais longe ao defender que a coligação deve também integrar “independentes”, o que lhe permitirá ter “todas as condições para vir a vencer as legislativas”. “É nosso dever para com as gerações futuras que seja este Governo, que é credível, a poder sustentar uma base eleitoral alargada aos independentes para que possamos ter uma governação ambiciosa, mas também muito credível e muito sólida", realçou, citada pela Lusa.
Depois das críticas cerradas de domingo, António Costa tentou esta segunda-feira fugir a perguntas sobre o assunto. No final de declarações aos jornalistas sobre o encontro com o economista francês Thomas Piketty, o líder do PS foi questionado sobre a escolha das datas para o primeiro anúncio da coligação PSD/CDS-PP – o 25 de Abril – e para a sua aprovação pelos respectivos conselhos nacionais – quarta-feira, o mesmo dia da apresentação da candidatura de Sampaio da Nóvoa. Costa optou pela ironia: “Uma coligação cuja única coisa que tem para dar é a data é uma coligação que não tem mesmo nada para dar…”
Já Sampaio da Nóvoa preferiu distanciar-se do assunto. "Vou tentar fazer uma campanha pela positiva. Vou propor ideias às pessoas. Não vou entrar nos pequenos casos, pequenos episódios. É um assunto que não merece comentário”, respondeu aos jornalistas o ex-reitor da Universidade de Lisboa aos jornalistas após encontro com o economista francês Thomas Piketty, num hotel lisboeta.
“O que terei a dizer é dirigir-me aos portugueses com um conjunto de ideias e propostas sobre o que penso que deve ser o Presidente da República e porque me candidato. São assuntos de outro foro, do domínio dos partidos, da luta partidária. Não vou interferir nesse tipo de assuntos", acrescentou, citado pela Lusa.
Henrique Neto, candidato à Presidência da República, considera que era “expectável” esta coligação e realça o esforço dos partidos para uma convergência. “É bom que os partidos se entendam, e que todos os outros apresentem com clareza as suas perspectivas e o projecto que pretendem para o país”, disse o empresário ao PÚBLICO.
Mas espera mais: “É também o tempo de os portugueses saberem o que vai acontecer se não houver uma maioria. Os partidos devem dar um sinal de qual a sua disponibilidade para esse acordo.” Até porque, acrescenta, os portugueses “não querem esta batalha política permanente. Esse foi um dos elementos causadores da situação a que o país chegou.” Como exemplo dá o caso da falada descida da TSU. “Falar sobre uma coisa e não a explicar devia ser uma atitude a abolir da política portuguesa. Porque depois passa-se a vida a discutir sobre algo que não se sabe. Causa uma enorme entropia no debate político e nos eleitores e é inútil.”