Omar al-Bashir reeleito no Sudão em eleições boicotadas

O principal adversário teve 1,43%, nas segundas eleições formalmente multipartidárias após o golpe de Estado de 1989.

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Bashir considera “colonialistas” as críticas às eleições Reuters

Os resultados divulgados nesta segunda-feira das eleições presidenciais, parlamentares e regionais, realizadas entre 13 e 16 de Abril, indicam que partido de Bashir terá 323 dos 426 lugares do Parlamento.

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Os resultados divulgados nesta segunda-feira das eleições presidenciais, parlamentares e regionais, realizadas entre 13 e 16 de Abril, indicam que partido de Bashir terá 323 dos 426 lugares do Parlamento.

Bashir, 71 anos, teve como adversários 13 concorrentes quase desconhecidos, como sublinhou a AFP. O segundo mais votado, Fadl el-Sayed Shouiab, conseguiu 1,43% dos votos. A taxa de participação foi de 46,4%.

O dirigente sudanês é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, pelo genocídio na região de Darfur. Considera que a acusação é politicamente motivada.

Foram as segundas eleições multipartidárias desde a chegada de Omar al-Bashir ao poder, em 1989, num golpe de Estado. As primeiras ocorreram em 2010, num sufrágio “infestado de irregularidades”, segundo os observadores internacionais. As deste ano foram criticadas pela União Europeia (UE) e pelos EUA, o Reino Unido e Noruega.

Num comunicado comum, citado pela AFP, aqueles três países lamentam “o fracasso do Governo do Sudão em organizar eleições livres, justas e num ambiente propício”. Bashir considera  “colonialistas” as críticas ao processo eleitoral.

Antes do escrutínio, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini , tinha já adiantado a posição da UE – as eleições não podem ser consideradas credíveis devido ao fracasso do processo de diálogo, anunciado em 2014, para encontrar soluções políticas para os conflitos no Darfur,  Kordofan do Sul e Nilo Azul.

Para além das rebeliões armadas, Omar al-Bashir enfrenta um sério problema económico: as receitas do país caíram fortemente e a sua dívida disparou após a secessão que, em 2011, deu origem a um novo país, o Sudão do Sul, onde se situam a maior parte dos campos petrolíferos do antigo Sudão único.

O Sudão é um país quase isolado, submetido a um embargo internacional dos EUA desde 1997. Só a Liga Árabe e a Rússia atenuam o seu isolamento, observa a BBC. Nas últimas semanas juntou-se à coligação liderada pela Arábia Saudita que luta no Iémen contra os rebeldes xiitas ligados ao Irão.