Costa diz que coligação é "casamento para disfarçar conveniências"
Líder do PS afirmou que o anúncio da aliança PSD/CDS para as legislativas "não tem nada de novo para dar"
“Tivemos ontem [sábado] a melhor demonstração de que mesmo nada de novo o Governo tem para dar. Não tem novas políticas a propor e aquilo que ontem vieram fazer era mais do mesmo”, disse, durante um almoço-debate em Reguengos de Monsaraz.
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“Tivemos ontem [sábado] a melhor demonstração de que mesmo nada de novo o Governo tem para dar. Não tem novas políticas a propor e aquilo que ontem vieram fazer era mais do mesmo”, disse, durante um almoço-debate em Reguengos de Monsaraz.
Segundo António Costa, para terem “alguma coisa de novo”, o PSD e o CDS-PP escolheram o 25 de Abril para anunciar que vão concorrer coligados às próximas eleições legislativas, mas esse anúncio não passou de um “não acontecimento”.
“E a coisa tão extraordinária de falta de novidade na celebração da coligação é que quiseram escolher o dia 25 de Abril para ser a novidade do não acontecimento que é manter o casamento de quem já está casado e que remédio tem se não manter-se casado, para disfarçar as conveniências”, ironizou.
Os líderes do PSD e do CDS-PP, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, respectivamente, assinaram no sábado à noite um compromisso para uma coligação pré-eleitoral entre os dois partidos para as próximas legislativas, que se realizarão entre 14 de Setembro e 14 de Outubro.
O compromisso prevê a elaboração de listas conjuntas com base nos resultados das últimas legislativas e que os dois partidos dialoguem para, após as legislativas, apoiarem um candidato presidencial.
No almoço-debate realizado em Reguengos de Monsaraz, com “sala cheia”, no Pavilhão Multiusos do parque de exposições local, o secretário-geral do PS aludiu ao facto de o anúncio deste compromisso ter sido feito no 25 de Abril.
“Aqui entre nós, há muitas datas que podem entrar na História, há muitas datas que já estão na História e o 25 de Abril é, seguramente, uma data que está na História”, afirmou.
Trata-se de uma data que, continuou, “está na História pela madrugada libertadora e original do 25 de Abril de 74” e por, “há 40 anos, ter sido o 25 de abril de 75, esse momento mágico das primeiras eleições livres, democráticas e universais, em que os portugueses acorreram às urnas”.
Mas “há uma coisa” pela qual “o 25 de Abril não ficará na História, é pela coligação entre o Dr. Portas e o Dr. Passos Coelho”, porque, acerca disso, “não há história para contar”, argumentou.
Perante os autarcas, militantes e simpatizantes que participaram no almoço, no qual marcou ainda presença Guillermo Vara, líder do PSOE na Estremadura espanhola, António Costa acusou o PSD e o CDS-PP de “terem estado juntos a afundar o país” e de, agora, quererem “estar juntos a continuar a política que têm seguido”.
Mas, para o líder socialista, o Governo “falhou” e “nada de novo tem a propor” para as legislativas: “É um Governo falhado e um Governo fracassado”.
“Eles falharam naquilo que disseram antes das eleições, mas eles falharam também no que disseram depois das eleições”, insistiu, exemplificando que o crescimento é hoje “inferior àquele que se propunham ter”, enquanto o desemprego “é maior do que aquele que se propunham ter”, tal como o défice e a dívida.