A “melhor estrada do mundo” tem vista para o Douro
Troço da N222 entre Peso da Régua e Pinhão acaba de ser declarado 'World Best Driving Road'. E não é por acaso: esta lista mundial das melhores estradas para conduzir baseia-se numa fórmula científica
Em 27 quilómetros sucedem-se 93 curvas, algumas bem apertadas, outras mais suaves, e que são intercaladas por rectas relativamente longas. Esta podia ser apenas mais uma estrada sinuosa do interior de Portugal, mas acaba de ser considerada a melhor do mundo para conduzir. Trata-se da N222, no troço que liga Peso da Régua ao Pinhão, com o rio Douro sempre como companhia ao longo de todo o percurso. A escolha, divulgada esta quarta-feira, foi feita pela empresa de aluguer de automóveis Avis e tem por base uma fórmula desenvolvida por um físico teórico.
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Em 27 quilómetros sucedem-se 93 curvas, algumas bem apertadas, outras mais suaves, e que são intercaladas por rectas relativamente longas. Esta podia ser apenas mais uma estrada sinuosa do interior de Portugal, mas acaba de ser considerada a melhor do mundo para conduzir. Trata-se da N222, no troço que liga Peso da Régua ao Pinhão, com o rio Douro sempre como companhia ao longo de todo o percurso. A escolha, divulgada esta quarta-feira, foi feita pela empresa de aluguer de automóveis Avis e tem por base uma fórmula desenvolvida por um físico teórico.
A eleição da N222 como “a melhor estrada do mundo” tem por base a diversidade daquele traçado. Os organizadores desta competição internacional valorizaram a sensação criada pela alternância entre uma condução mais exigente e desportiva das curvas apertadas e as longas rectas, que permitem uma vista privilegiada sobre o rio e os socalcos do Douro. Os desníveis da via e a paisagem também contribuíram para a escolha que agora é tornada pública.
A decisão da Avis tem uma base teórica. A empresa pediu ao físico quântico Mark Hadley, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, para desenvolver uma fórmula que permitisse definir os critérios através dos quais se escolheria a “World Best Driving Road”. O cientista criou o Índice de Condução Avis onde combina uma análise da geometria da estrada, o tipo de condução, a aceleração média e aceleração lateral, o tempo de travagem e as distâncias.
A fórmula de Hadley foi depois testada, em parceria com o designer de circuitos de Fórmula 1 Hermann Tilke e o criador de montanhas-russas John Wardley. Esse trabalho permitiu concluir que o índice ideal é de 10:1, ou seja dez segundos de condução em linha reta para cada segundo gasto numa curva. Com uma relação 11:1, a N222, oferece as melhores condições de condução em todo o mundo, uma experiência vivida este mês pelos jornalistas da FUGAS e que será contada no próximo número. A fórmula da Avis foi aplicada a um total de 25 estradas localizadas um pouco por todo o mundo, do Reino Unido a França, no Japão e Austrália, passando pela Argentina e Estados Unidos. Além da ligação entre a Régua e Pinhão, Portugal teve outras duas estradas selecionadas para o teste, a N267, entre São Marcos da Serra e Monchique, no Algarve, e a N247 entre Sintra e a Praia das Maçãs, que tiveram desempenhos mais modestos.
Atrás da estrada entre a Régua e o Pinhão ficaram a Big Sur, na Califórnia (EUA), e a A535, no Reino Unido, com índices de 8,5:1 e 8,4:1, respectivamente. A classificação da Avis deu também destaque à Nihon Romantic Highway no Japão, repleta de curvas fechadas; a estrada da Costa Amalfitana (Itália), com um impressionante índice de 1 segundo em curva por casa segundo em recta. Em sentido contrário, a Overseas Highway, na Flórida (EUA) tem um índice 1240:1, proporcionando uma condução de baixa intensidade.