Portuguese Film Commission quer fundo de três milhões para atrair estrangeiros
Presidente do Instituto do Cinema que "um fundo que pudesse financiar" os produtores estrangeiros para filmarem em Portugal.
A Portuguese Film Commission tem por objectivo articular todas as estruturas locais que já atraem investimento estrangeiro para o cinema e o audiovisual - como Lisboa, Açores e Algarve -, mas, segundo a presidente do ICA, Filomena Serras Pereira, a intenção é ter "um fundo que pudesse financiar" os produtores estrangeiros para filmarem em Portugal.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Portuguese Film Commission tem por objectivo articular todas as estruturas locais que já atraem investimento estrangeiro para o cinema e o audiovisual - como Lisboa, Açores e Algarve -, mas, segundo a presidente do ICA, Filomena Serras Pereira, a intenção é ter "um fundo que pudesse financiar" os produtores estrangeiros para filmarem em Portugal.
"Numa primeira fase gostaríamos que esse fundo tivesse três milhões de euros", com verbas captadas numa articulação entre o Ministério da Economia e a Secretaria de Estado da Cultura. "Andamos à procura. Vamos tentar arranjar financiamento também no âmbito do Portugal 2020", de fundos comunitários, disse.
O projecto resulta de um grupo de trabalho criado em 2014, reunindo responsáveis dos ministérios das Finanças, Economia e das secretarias de Estado da Cultura, Desenvolvimento Regional, Assuntos Fiscais, Inovação, Investimento e Competitividade e do Turismo.
"É uma Film Commission a nível nacional que pretende ser mais ambiciosa e vender o país como destino de rodagem através de um esquema de incentivos e com o fundo de financiamento", à semelhança do que já é feito noutros países, sublinhou a presidente do ICA.
Actualmente existem "film commissions", por exemplo, em Lisboa, Porto, região da Arrábida, Açores, Madeira, Algarve e, em breve, deverá nascer uma também na região do Douro, que facilitam a rodagem de projectos de cinema e audiovisual, com isenção de taxas ou identificação de zonas com potencial para filmagens.
Estas estruturas têm "um impacto muito grande" à escala local, mobilizando empresas de equipamento técnico, trabalhos de laboratório e mão de obra "boa, reconhecida" e "infelizmente barata", disse Filomena Serras Pereira.
De acordo com dados do ICA de 2012, o sector do cinema, audiovisual e multimédia em Portugal representa cerca de 6800 trabalhadores, 811 empresas e um volume de 949 milhões de euros em vendas, dos quais apenas 73 milhões de euros são para exportação.
"Se for a qualquer mercado ou festival, todos os países têm uma 'film commission' e estão lá presentes. E isto começa a ser muito competitivo e não podemos ficar atrás", alertou a presidente do ICA.
A vice-presidente do ICA, Ana Costa Dias, disse à agência Lusa que a fase de lançamento da Portuguese Film Commission terá de ficar concluída em Junho, com a criação de uma página oficial, e que a estrutura deverá estar concluída até ao final do ano. "A primeira produção [apoiada] já será para o ano".
"Vai ter de funcionar com estrutura própria, porque o ICA não tem capacidade técnica para fazer criar uma Film Commission. Somos muito poucos", disse Filomena Serras Pereira.
Comboio Nocturno para Lisboa, O Grande Circo Místico, Cadências Obstinadas, A Vida Interior de Martin Frost, As Variações de Giacomo e Benoît Brisefer: les taxis rouges foram alguns dos filmes recentes de realizadores estrangeiros rodados em Portugal.