Líder do Estado Islâmico gravemente ferido num bombardeamento
Abu Baqr al-Baghdadi esteve em risco de vida, mas já está a recuperar. A coligação internacional contra os jihadistas está desde o final do ano passado a alvejar a liderança do grupo.
"Sim, ele ficou ferido no dia 18 de Março", disse ao Guardian Hisham al-Hashimi, um conselheiro do Governo iraquiano para a questão do Estado Islâmico. Acrescentou que os bombardeamentos tiveram como alvo uma caravana de três automóveis atingida em Baaj, perto de Umm al-Rous, província de Níneve, no Iraque, junto à fronteira síria.
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"Sim, ele ficou ferido no dia 18 de Março", disse ao Guardian Hisham al-Hashimi, um conselheiro do Governo iraquiano para a questão do Estado Islâmico. Acrescentou que os bombardeamentos tiveram como alvo uma caravana de três automóveis atingida em Baaj, perto de Umm al-Rous, província de Níneve, no Iraque, junto à fronteira síria.
As fontes disseram que a liderança do EI receou a morte do líder, mas que este começou a melhorar. Está em recuperação, embora, para já, incapacitado de desempenhar as funções de liderança. Logo a seguir ao ataque, explicaram as fontes ouvidas, que têm contactos com o grupo jihadista ou informações sobre o que se passa no EI, a liderança reuniu-se, receando a morte de Baghdadi. Os líderes consideraram que podia ser necessário escolher um sucessor.
Para já, os jihadistas esperam que Baghdadi recupere totalmente e reassuma o comando do EI.
O bombardeamento contra Baghdadi faz parte de uma nova estratégia da coligação, que desde o final do ano passado está a tentar atingir os líderes do Estado Islâmico. No dia 14 de Dezembro, outra caravana automóvel foi bombardeada, perto de Mossul, a cidade iraquiana onde os jihadistas instalaram o seu quartel-general. Abdul Rahman al-Efery, um dos braços direitos de Baghdadi, morreu quando um rocket disparado de um caça atingiu o seu automóvel. Mas Baghdadi sobreviveu – viajava no outro carro.
Também em Dezembro, morreram, em raides aéreos da coligação, outros membros da liderança do Daesh (como os árabes chamam ao Estado Islâmico). Foram eles Abu Muslim al-Turkmani, o "governador" dos territórios iraquianos do "califado" que o EI proclamou nas zonas que ocupa neste país e na Síria, e outro homem identificado como o chefe das operações militares do Daesh.
O grupo não confirmou o ataque contra o seu líder. A coligação também não. Já por duas vezes surgiram notícias sobre ferimentos sofridos por Baghdadi na sequência de bombardeamentos, mas que não se confirmaram.
A coligação identificou a zona de Baaj, a 312 quilómetros de Mossul, como a escolhida por Abu Baqr al-Baghdadi para viver. "Ele escolheu esta zona porque sabe que os americanos não conseguem fazer uma grande cobertura do terreno. É uma zona do Iraque que [os americanos] não têm mapeada e a sua presença ali sempre foi muito residual, desde 2003", ano da invasão dos EUA, disse ao Guardian outra fonte identificada como alguém com informações sólidas sobre os movimentos dos líderes do EI.
Baaj é uma região de tribos sunitas que se manteve fora do controlo do Estado depois da queda de Saddam Hussein, em 2003. Desde 2004 que grupos jihadistas ali se instalaram, primeiro os da Al-Qaeda, depois os do EI. A região sobrevive através de uma rede de contrabando que faz entrar bens a partir da Síria no Iraque, nas províncias de Níneve (no Norte) e de Anbar (a ocidente de Bagdad, até à fronteira síria).