Euribor a três meses caiu pela primeira vez para terreno negativo
Bancos vão ter reflectir valores negativos nos empréstimos da casa.
A descida da Euribor para terreno negativo vai ter reflexos nos empréstimos que têm estas taxas como referência, como é o caso do crédito à habitação.
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A descida da Euribor para terreno negativo vai ter reflexos nos empréstimos que têm estas taxas como referência, como é o caso do crédito à habitação.
De acordo coam a decisão do Banco de Portugal, os bancos vão ter de reflectir as taxas negativas, recusando a pretensão da banca que pretendia que passasse a ser considerado o valor de zero.
Com a queda da taxa para terreno negativo, que nos prazos utilizados nos empréstimos à habitação ainda só acontece a três meses, as famílias vão pagar menos.
Apesar do valor negativo se reflectir na taxa final, o desconto da taxa negativa no spread, que é a margem comercial do banco, só acontecerá quando a média mensal da taxa Euribor a três meses atingir um valor negativo, o que poderá ainda não acontecer no corrente mês de Abril, a menos que a queda nas próximas sessões seja muito acentuada.
Em teoria, e para os contratos com spreads muio baixos, a formação de taxas negativas pode anular integralmente os mesmos, o que teria como consequência que os detentores dos empréstimos deixariam de pagar juros pelo capital emprestado, um cenários que não se coloca no imediato.
O prazo mais utilizado no empréstimos à habitação em Portugal, a Euribor a seis meses, também tem registado um movimento de forte queda, mas está um pouco mais longe da entrada em terreno negativo.
Na sessão desta terça-feira, o prazo de seis meses manteve-se em 0,069%.
A Euribor a 12 meses, um prazo a que alguns bancos passaram a utilizar nos novos empréstimos, por ser a taxa mais elevada, caiu para 0,176%, o valor mais baixo de sempre.