Quinzena dos Realizadores de 2015 já tem alinhamento completo

Revelada lista completa dos filmes que competem com o tríptico de Miguel Gomes, As Mil e Uma Noites. Takashi Miike, Van Dormael, Sarunas Bartas ou Jeremy Saulnier em contenda. As curtas da Quinzena também falam português com Provas, Exorcismos, de Susana Nobre.

Fotogaleria

Ao português, que tal como Desplechin (Trois Souvenirs de Ma Jeunesse) ou Garrel (L’Ombre des Femmes) prescindiu da presença na selecção oficial de Cannes na secção Un Certain Regard em prol da entrada na Quinzena dos Realizadores, juntam-se então os novos filmes de cineastas como o japonês Takashi Miike com Yakuza Apocalypse: The Great War of the Underworld (Gokudou daisensou, no original japonês), que será mostrado numa sessão especial, ou o filme de encerramento da secção, Dope, do norte-americano Rick Famuyiwa e que se estreou no Festival de Sundance em Janeiro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Ao português, que tal como Desplechin (Trois Souvenirs de Ma Jeunesse) ou Garrel (L’Ombre des Femmes) prescindiu da presença na selecção oficial de Cannes na secção Un Certain Regard em prol da entrada na Quinzena dos Realizadores, juntam-se então os novos filmes de cineastas como o japonês Takashi Miike com Yakuza Apocalypse: The Great War of the Underworld (Gokudou daisensou, no original japonês), que será mostrado numa sessão especial, ou o filme de encerramento da secção, Dope, do norte-americano Rick Famuyiwa e que se estreou no Festival de Sundance em Janeiro.

Os nomes foram anunciados esta terça-feira em conferência de imprensa pelo director artístico da Quinzena, Édouard Waintrop. Esta edição da secção alternativa à competição oficial é uma das mais fortes dos últimos anos.

Para ver há ainda o documentário de produção mexicana e chilena Allende, mi abuelo Allende, de Marcia Tambutti, um retrato pessoal da neta sobre o avô e Presidente do Chile, e Le tout nouveau testament, de Jaco van Dormael, o realizador de Sr. Ninguém e vencedor da Câmara de Ouro por Totó, o Herói, a debruçar-se sobre a sátira religiosa com os actores Benoit Poelvoorde, Yolande Moreau e Catherine Deneuve. Sharunas Bartas traz Peace to Us in Our Dreams, um fim-de-semana familiar que se torna negro, e Mustang, da turca Deniz Gamze Erguven, também mantém tudo em família, desta feita sob o olhar de uma adolescente que tenta libertar-se do jugo familiar.

Les Cowboys é a estreia na realização do francês Thomas Bidegain, argumentista premiado por Um Profeta ou Ferrugem e Osso e leva-o a acompanhar a busca de um pai e irmão pela filha/irmã desaparecida. Bidegain conta com Francois Damiens, Finnegan Oldfield e John C. Reilly. Ciro Guerra, cujo último filme se estreou exactamente em Cannes, na secção Un Certain Regard, apresenta um drama sobre um xamã da Amazónia e dois cientistas em El Abrazo de la Serpiente, com Brionne Davis e Jan Bijvoet. De França vem Philippe Faucon com Fatima, uma marroquina que ali vive com as duas filhas, e dos EUA Green Room, de Jeremy Saulnier, sobre um grupo punk e o seu confronto com um gangue neo-nazi, contando com um dos elencos mais mainstream da secção (Anton Yelchin, Imogen Poots, Patrick Stewart…).

Também com rostos mais conhecidos da produção americana vem o espanhol Fernando León de Aranoa (Às Segundas ao Sol), que apresenta A Perfect Day com Benicio Del Toro e Tim Robbins. É a estreia do madrileno em língua inglesa e foca-se num cessar-fogo nos Balcãs. Outra estreia, mas atrás da câmara, é a do sueco Magnus von Horn com The Here After, argumentista que também assina este seu filme sobre a pena de um homem que matou a namorada.

De Sundance para Cannes viaja Songs My Brothers Taught Me, da chinesa Chloe Zhao sobre uma família que vive numa reserva índia americana, e o veterano Nabil Ayouch, de Marrocos, com o drama sobre prostituição Much Loved .

O filme de abertura da Quinzena será, como já era conhecido, L’Ombre des Femmes, de Philippe Garrel. Uma traição entre amantes, documentaristas parisienses, com Clotilde Courau, Stanislas Merhar e Lena Paugam.  

Mas, como nem só de longas-metragens se faz a Quinzena, é preciso dizer que Miguel Gomes não é o único realizador português nesta edição. Segundo a agência Lusa, Susana Nobre vai mostrar Provas, Exorcismos, uma ficção de 25 minutos que conta a história de Óscar Germano, um operário que se vê no desemprego quando a fábrica onde trabalhou 25 anos é obrigada a fechar.

A curta-metragem de Nobre mostra os rituais quotidianos da vida da casa, do trabalho, numa pequena localidade onde a paisagem é marcada pelo rio, a serra, a fábrica e a linha do comboio - Alhandra.

Da filmografia desta realizadora nascida em 1974 fazem ainda parte as curtas-metragens As Nadadoras (2001), Estados da Matéria (2006), Lisboa - Província (2010) e as longas O Que Pode um Rosto (2003) e Vida Activa (2013).

A programação da Quinzena arranca dia 14 de Maio e estende-se até dia 24, sendo fruto de uma selecção a partir de 1623 candidaturas.

A 68.ª edição do Festival de Cannes decorre entre 13 e 24 de Maio, contando com presidentes do júri os irmãos Joel e Ethan Coen — e, como foi divulgado esta terça-feira, composto pelas actrizes Rossy de Palma, Sophie Marceau e Sienna Miller, pelos actores Jake Gyllenhaal e Rokia Traoré (maliano que é também compositor) e pelos realizadores Guillermo del Toro e Xavier Dolan.

Isabella Rossellini preside ao júri da secção Un Certain Regard e o filme de abertura do festival será La Tête Haute, da francesa Emmanuelle Bercot a primeira vez desde 1987 que uma cineasta tem honras de abertura do festival. Vão ter ali estreia mundial Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller e com Tom Hardy, ou Irrational Man, de Woody Allen, com Joaquin Phoenix e Emma Stone, mas também novos títulos de Todd Haynes (Carol, com Cate Blanchett e Rooney Mara), Nanni Moretti (Mia Madre) ou Gus Van Sant (The Sea of Trees, com Matthew McConaughey e Ken Wanatabe)