Universidade Nova de Lisboa e Medicina Tropical – responsabilidades e desafios
A UNL soube, ao longo dos últimos 35 anos, preservar as competências e o prestígio da medicina tropical portuguesa.
A importância dos temas e a diversidade das intervenções, envolvendo participantes nacionais e dos outros países da CPLP, bem como diversos especialistas internacionais, irá transformar este encontro num espaço de reflexão sobre o futuro da medicina tropical, no espaço da saúde global, que importa assinalar.
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A importância dos temas e a diversidade das intervenções, envolvendo participantes nacionais e dos outros países da CPLP, bem como diversos especialistas internacionais, irá transformar este encontro num espaço de reflexão sobre o futuro da medicina tropical, no espaço da saúde global, que importa assinalar.
Nessa reflexão há um papel ímpar que continua a ser da responsabilidade do IHMT, com raízes históricas de mais de um século. Em 2003 foi publicado um livro intitulado: “O Instituto de Higiene e Medicina Tropical – Um Século de História 1902-2002”, da autoria de Pedro Abranches, Professor Catedrático do IHMT, onde estão assinalados, detalhadamente, os vários períodos da vida da instituição que merecem ser conhecidos por parte da comunidade lusófona. Embora não seja apenas uma narrativa histórica, como o autor reconhece no prefácio é, seguramente, um documento muito valioso para a história da medicina tropical portuguesa e um contributo válido para ajudar a pensar e a agir, nos domínios da medicina e da saúde pública, nas regiões tropicais, com especial incidência no espaço da CPLP.
Na 3ª parte desse livro, que o autor designou como: “O Instituto na Universidade Nova de Lisboa – período de instalação (1980-1990)”, estão descritas, com rigor, as iniciativas que foram tomadas para a integração do IHMT na Universidade Nova de Lisboa. Sou uma testemunha viva desse período difícil porque sucedi, entre 1983 e 1986, como Diretor do IHMT, ao Professor Nuno Cordeiro Ferreira, que foi o promotor dessa integração no período anterior, que decorreu entre 1980 e 1983. Mas não é desse período que pretendo falar porque, do meu ponto de vista, se resumiu num único ponto: salvar a identidade do IHMT como instituição autónoma dentro da Universidade Nova de Lisboa. Quero, no entanto, prestar pública homenagem, como Reitor da Universidade Nova de Lisboa, a todos os Diretores que me sucederam e sem cujo generoso esforço, de décadas de recuperação e de elevação do prestígio científico e académico do IHMT, nada teria sido possível. O último reconhecimento, que prestigia a atual direção, presidida pelo Professor Paulo Ferrinho, foi a atribuição da classificação de “muito bom” ao centro de investigação do IHMT, na recente avaliação internacional realizada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
A Universidade Nova de Lisboa soube assumir, ao longo dos últimos 35 anos, as suas responsabilidades e preservar as competências e o prestígio da medicina tropical portuguesa mantendo-a viva e ao serviço da comunidade nacional e internacional, com especial atenção para os desafios da globalização no espaço da CPLP.
Reitor da Universidade Nova de Lisboa