Lisboa planta 100 árvores, uma por cada milhar de portugueses na Grande Guerra
Iniciativa lançada pela Associação Lisboa Verde prolonga-se até 2018, marcando os anos do centenário do conflito.
“Cem Anos, Cem Árvores” é o nome do projecto organizado pela Associação Lisboa Verde (ALV), com o apoio da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas e da Liga dos Amigos do Jardim Botânico de Lisboa. O objectivo é recordar os cidadãos anónimos, soldados e enfermeiras que arriscaram a vida na I Guerra Mundial, utilizando as árvores como “símbolos de vida e renovação”, explica João Pinto Soares, presidente da Associação Lisboa Verde.
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“Cem Anos, Cem Árvores” é o nome do projecto organizado pela Associação Lisboa Verde (ALV), com o apoio da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas e da Liga dos Amigos do Jardim Botânico de Lisboa. O objectivo é recordar os cidadãos anónimos, soldados e enfermeiras que arriscaram a vida na I Guerra Mundial, utilizando as árvores como “símbolos de vida e renovação”, explica João Pinto Soares, presidente da Associação Lisboa Verde.
A primeira árvore, uma oliveira, foi plantada a 11 de Novembro do ano passado na Embaixada de França, um dos países que foi palco do conflito no qual morreram cerca de dez milhões de pessoas, entre Julho de 1914 e Novembro de 1918. A 16 de Dezembro foi plantado um loureiro no Jardim do Instituto Goethe, pelo embaixador da Alemanha, Ulrich Brandenburg.
Nesta sexta-feira será plantada a terceira árvore, na residência da embaixadora britânica, Kirsty Hayes. "Gostávamos que tivesse sido a 9 de Abril, para assinalar o aniversário da Batalha de La Lys [na Flandres, França], mas não foi possível", afirma Pinto Soares. Porém ainda há tempo para cumprir a data, uma vez que o centenário desta batalha, da qual resultaram cerca de 600 soldados portugueses mortos e mais de 6000 prisioneiros, comemora-se a 9 de Abril de 2018.
Segundo Pinto Soares, o objectivo é plantar árvores em espaços privados, como os cedidos pelas embaixadas, e públicos, como cemitérios, jardins ou ruas cuja toponímia esteja associada ao conflito, sempre que possível em datas simbólicas. Por exemplo, a 9 de Março de 2016 será plantada uma árvore para assinalar o centenário da entrada de Portugal na guerra.
"Através da plantação de árvores no espaço público cumprimos a nossa missão cívica da homenagem de forma simbólica mas actual porque contribui para a qualidade de vida de todos os habitantes e visitantes de Lisboa", lê-se no site do projecto. Para já as árvores (como oliveiras, zambujeiros, loureiros, freixos e ciprestes) são oferecidas pelas embaixadas mas Pinto Soares explica que qualquer pessoa poderá, numa segunda fase, oferecer e até plantar um exemplar.
A iniciativa tem o apoio de entidades como a Liga dos Combatentes, as juntas de freguesia e a Câmara de Lisboa, entre outros organismos. Tem também o Alto Patrocínio da Presidência da República e inclui na Comissão de Honra nomes como o do general Ramalho Eanes e do antigo Presidente da República Jorge Sampaio. A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, apoia o projecto: no próximo dia 21 será plantada uma árvore no Jardim Fernando Pessa, ao lado do edifício da Assembleia.