E se a cozinha viesse com um robô chef?
Protótipo foi apresentado na Hannover Messe e promete facilitar a tarefa doméstica de cozinhar.
O robô criado pela Moley Robotics é o resultado de oito anos de investigação e experiências. O robô só tem braços, que funcionam de uma forma complexa e articulada com base numa tecnologia desenvolvida pela britânica Shadow Robot Company, que cria braços e mãos robóticos para a indústria nuclear e para a agência espacial norte-americana Nasa.
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O robô criado pela Moley Robotics é o resultado de oito anos de investigação e experiências. O robô só tem braços, que funcionam de uma forma complexa e articulada com base numa tecnologia desenvolvida pela britânica Shadow Robot Company, que cria braços e mãos robóticos para a indústria nuclear e para a agência espacial norte-americana Nasa.
O robô consegue reproduzir os movimentos de braços e de mãos humanos, através de 20 pequenos motores, 24 articulações mecânicas e 129 sensores.
A Moley Robotics sublinha que o robô “não cozinha como uma máquina – capta as capacidades humanas em movimento”.
Para conseguir uma aproximação o mais exacta possível ao movimento humano, a empresa pediu a Tim Anderson, chef e vencedor da edição de 2011 do programa MasterChef que passou na BBC, que cozinhasse para que todos os passos fossem gravados em vídeo. Cada movimento foi gravado em 3D e depois traduzido em linguagem digital, que por sua vez se transformam em comandos para as tarefas a cumprir pelos braços robóticos. A universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e a SSSUP Pisa, em Itália, participaram no projecto com a tradução do movimento humano de mãos em algoritmos para o robô.
Na Hannover Messe, Tim Anderson considerou que o robô é um autêntico sub-chef. “Dizemos-lhe para fazer qualquer coisa, seja um pouco de preparação do prato ou criar todo o prato do princípio ao fim, e ele fá-lo. E vai fazê-lo da mesma forma em todos os momentos”, comentou o chef em declarações à BBC.
A versão destinada ao consumidor deverá ser lançada em 2017 e vai ter o suporte de uma espécie de livro de receitas online que pode ser descarregado e depois replicado pelo robô. O livro de receitas digital terá inicialmente 2000 receitas e virá acompanhado por uma aplicação móvel que permite ao utilizador encontrar uma refeição e iniciar o processo de confecção da comida à distância.
Dentro de dois anos, a Moley Robotics pretende que aquele que é ainda um protótipo tenha um frigorífico e uma máquina de lavar louça incorporados, para complementar o fogão, forno e lavatório que já compõem o actual robô-cozinha.
Numa versão mais avançada, o robô, que vem com uma cozinha quase completa, terá incorporadas câmaras para registar em vídeo a preparação de comida e permitir ao utilizador partilhar as imagens com outros utilizadores ou nas redes sociais, por exemplo.
Mark Oleynik, da Moley Robotics, explica à BBC que o robô não deve ser encarado como um equipamento industrial. “É um aparelho que se move como nós e à mesma velocidade que nós.” Mas o robô tem limitações. Sem inteligência e visão incorporadas, o equipamento não consegue determinar a localização exacta de um utensílio ou de um ingrediente e não está ainda capacitado para usar uma faca. Nesta fase do projecto, o robô apenas cozinha com alimentos previamente preparados.