Sistema informático dos agentes de execução continua avariado
O sistema não funciona há sete dias. Prevê-se que a situação seja resolvida até à próxima segunda-feira.
A agente de execução Luísa Patrão referiu à Lusa que aquela actividade "está parada" devido ao colapso do sistema informático (SIAAE). Três dos seus colaboradores tiraram "férias" porque não é possível executar as tarefas normais ao dia-a-dia daqueles profissionais.
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A agente de execução Luísa Patrão referiu à Lusa que aquela actividade "está parada" devido ao colapso do sistema informático (SIAAE). Três dos seus colaboradores tiraram "férias" porque não é possível executar as tarefas normais ao dia-a-dia daqueles profissionais.
Contas bloqueadas, impossibilidade de fazer pagamentos ou fazer devoluções de dinheiro ao executado são alguns dos contratempos apontados por Luísa Patrão. A agente de execução lamenta a situação e o facto de colegas de profissão mais novos, que têm apenas 10 ou 15 processos de execução, poderem chegar ao final do mês sem receber os rendimentos normais de um mês de trabalho.
Luísa Patrão criticou a "falta de informação" sobre a gravidade e extensão da quebra do sistema informático, acrescentando os agentes de execução não são os responsáveis pelo sucedido.
O presidente da Câmara dos Solicitadores disse na segunda-feira à agência Lusa que durante a longa avaria do Citius, no arranque do novo mapa judiciário, os agentes de execução tiveram dificuldades ainda maiores em realizar o seu trabalho. José Carlos Resende espera que a empresa de informática contratada para fazer a manutenção do sistema reactive o sistema o mais cedo possível.
Nesse mesmo dia, a Câmara dos Solicitadores informou que o Sistema Informático de Suporte à Actividade do Agente de Execução (SISAAE) regista problemas de funcionamento desde a quarta-feira da semana passada, ao fim do dia, após a implementação de algumas actualizações que se tornavam prementes.
"Na quinta-feira, esteve praticamente indisponível e, na sexta-feira, funcionou com algumas limitações", precisou.
Relatou ainda que o departamento informático da Câmara dos Solicitadores, juntamente com as empresas que prestam apoio nesta área, realizou, no último fim-de-semana, um conjunto de procedimentos correctivos que não se mostraram eficazes, tornando-se por isso necessário efectuar uma reposição integral do sistema, o qual, de acordo com o departamento informático, deveria estar em funcionamento nos próximos dias.
Esta quarta-feira, José Carlos Resende adiantou ter a informação dos técnicos informáticos que a situação deverá estar resolvida até à próxima segunda-feira. Para já, algumas funcionalidades do sistema já foram restabelecidas.
O mesmo responsável revelou que, face à avaria, a Câmara dos Solicitadores enviou um email aos tribunais a declarar o "justo impedimento" dos agentes de execução em cumprir certos prazos e diligências, o que aparentemente terá sido compreendido pelos juízes.
A avaria no sistema terá ocorrido quando um técnico do SIAAE desencadeou uma ordem técnica que "corrompeu" os ficheiros, obrigando a recorrer às cópias de segurança.
No SISAAE estão guardados 180 mil milhões de registos de documentos da actividade dos agentes de execução que, segundo José Carlos Resende, desde 2003, já recuperaram créditos e pagamentos no valor de seis mil milhões de euros.
No último ano, só em penhoras electrónicas de contas bancárias, atingiram o valor de 370 milhões de euros, sendo cada vez mais uma actividade com forte impacto na economia.