Jobbik vence eleições antecipadas em cidade húngara
Partido de extrema-direita quer apresentar-se como a alternativa ao Fidesz nas próximas eleições legislativas.
A vitória do candidato da extrema-direita nas eleições parciais na cidade de Tapolca, no Oeste do país, foi obtida apenas por 300 votos de diferença face ao candidato do Fidesz, o partido conservador que está no poder. Lajos Rig, o candidato do Jobbik, obteve 35,3% dos votos face aos 34,4% de Zoltán Fenyvesi proposto pela coligação governamental. A esquerda recolheu apenas 26,3% dos votos expressos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A vitória do candidato da extrema-direita nas eleições parciais na cidade de Tapolca, no Oeste do país, foi obtida apenas por 300 votos de diferença face ao candidato do Fidesz, o partido conservador que está no poder. Lajos Rig, o candidato do Jobbik, obteve 35,3% dos votos face aos 34,4% de Zoltán Fenyvesi proposto pela coligação governamental. A esquerda recolheu apenas 26,3% dos votos expressos.
Esta foi também a primeira vez que o Jobbik conseguiu eleger um candidato de forma individual. Na Hungria utiliza-se um sistema eleitoral misto: 106 dos 199 lugares no Parlamento são atribuídos através de círculos uninominais, em que vence o candidato com mais votos; os restantes lugares são escolhidos através de listas nacionais, tendo sido por este meio que o Jobbik alcançou os lugares de que dispõe no Parlamento.
Os analistas vêem o resultado como a confirmação de que o Jobbik poderá ser o grande rival do partido do primeiro-ministro, Viktor Orbán, nas eleições legislativas de 2018. A esta derrota do partido que governa a Hungria em coligação com os democratas-cristãos desde 2010 soma-se a perda das eleições antecipadas no condado de Veszprém em Fevereiro, que significou também o fim da “supermaioria” de dois terços de que dispunha no Parlamento.
“O ambiente na Hungria é pela mudança de governo e com o Jobbik a Hungria tem finalmente uma força para mudar o Governo”, disse o líder do partido, Gabor Vona. O Jobbik tem tentado moderar o seu discurso para apelar ao voto centrista e poder ser visto como alternativa válida ao Fidesz.
Uma sondagem do instituto Ipsos, de Março, dava 18% das intenções de voto ao Jobbik, a apenas três pontos percentuais do Fidesz.
Porém, a base de apoio do partido é ainda associada a sectores extremistas da sociedade húngara. Um deputado referiu recentemente a necessidade de se criar uma lista de “pessoas de ascendência judia” por considerar um risco para a segurança interna. As comunidades ciganas são também um dos alvos do Jobbik, que insiste em fazer referência aos “crimes ciganos”. O partido esteve por trás da criação da “Guarda Húngara” – cujos membros utilizam uniformes com simbologia associada aos nazis húngaros – com a missão de vigiar os bairros.
Por outro lado, o Fidesz tem sofrido do desgaste da governação, para além de vários dos seus membros estarem envolvidos em acusações de corrupção. Apesar da vitória dos conservadores nas eleições europeias do ano passado, o Jobbik já demonstrou o crescimento da sua popularidade, tendo sido a segunda força mais votada, assegurando três eurodeputados.