Paulo Portas aspira governar em "tempo de normalidade"

Líder centrista não fala sobre coligação, mas avisa: com o CDS a governar "talvez a economia cresça mais e a distribuição dos frutos do crescimento seja mais justa".

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Para a segunda metade da legislatura, Paulo Portas e o CDS projectam "um segundo ciclo político" NELSON GARRIDO

Em Mirandela, no distrito de Bragança, num jantar comemorativo dos 40 anos do CDS-PP, na sexta-feira, o líder centrista realçou que, "ao longo das últimas quatro décadas, o partido só foi chamado a governar em situação de emergência, “quando a casa já estava a arder, e com o FMI já estava à porta e quando o precipício financeiro ameaçava a ruína do país".

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Em Mirandela, no distrito de Bragança, num jantar comemorativo dos 40 anos do CDS-PP, na sexta-feira, o líder centrista realçou que, "ao longo das últimas quatro décadas, o partido só foi chamado a governar em situação de emergência, “quando a casa já estava a arder, e com o FMI já estava à porta e quando o precipício financeiro ameaçava a ruína do país".

E se foi chamado numa situação destas, “é legítimo que a gente do CDS, para além de governar em situação de emergência, possa pedir humildemente: deixem-nos governar numa situação de crescimento", defendeu. O presidente do partido acrescentou que "talvez a economia cresça mais e a distribuição dos frutos do crescimento seja mais justa".

Mas Portas escusou-se a explicar, no final do discurso, se aspira ver o CDS-PP a governar sozinho ou em coligação. Referiu o "sentimento de missão cumprida e de serviço ao interesse de Portugal" em relação aos últimos quatros anos de governo de coligação com o PSD e falou do resgate, da troika e da perspectiva de crescimento da economia portuguesa.

"Os portugueses fizeram tanto esforço, que estão a merecer chegar a um tempo em que há normalidade, em que há crescimento e temos de atingir os níveis de crescimento suficientes para conseguir criar emprego estavelmente, pagar a dívida e moderar os impostos”, declarou.

O presidente do CDS-PP remeteu para o ponto de situação feito hoje pela coordenadora do gabinete de estudos do partido, Assunção Cristas, sobre a construção do programa do partido para os próximos quatro anos. "Reparem como nós procuramos reflectir com soluções viáveis, sem recurso a utopias, aquilo que eu acho que é o coração das preocupações do nosso país."

Assunção Cristas anunciou que o CDS-PP tem como objectivos inscrever no programa eleitoral uma taxa de crescimento nos três por cento, desemprego abaixo dos dez por cento, o fim da sobretaxa de IRS e do IRC e uma "taxa competitiva", que se situe entre 17 e 19 por cento.

Paulo Portas falava em Mirandela, no distrito de Bragança, naquele que apontou como "o maior jantar do CDS no distrito de Bragança fora de campanha eleitoral" para comemorar os 40 anos do partido. O jantar serviu para formalizar a tomada de posse da nova liderança da distrital do CDS-PP de Bragança, que passa a ser presidida por Manuel Cardoso, militante do partido e actual director regional de Agricultura e Pescas do Norte. Na sexta-feira tomaram também posse os novos órgãos das concelhias de Bragança, Vinhais, Alfândega da Fé e Freixo de Espada à Cinta.