Grécia garante que vai pagar o que deve ao FMI até 9 de Abril
Christine Lagarde e Yanis Varoufakis concordaram que "incerteza não é do interesse da Grécia".
"O ministro Varoufakis e eu trocámos impressões sobre os desenvolvimentos em curso e concordámos que uma cooperação efectiva seria do interesse de todos”, referiu Christine Lagarde, num comunicado publicado no site do FMI. “Constatamos que a incerteza não é do interesse da Grécia, pelo que me congratulo com a confirmação dada pelo ministro de que o pagamento devido ao Fundo será efectuado a 9 de Abril”, acrescentou.
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"O ministro Varoufakis e eu trocámos impressões sobre os desenvolvimentos em curso e concordámos que uma cooperação efectiva seria do interesse de todos”, referiu Christine Lagarde, num comunicado publicado no site do FMI. “Constatamos que a incerteza não é do interesse da Grécia, pelo que me congratulo com a confirmação dada pelo ministro de que o pagamento devido ao Fundo será efectuado a 9 de Abril”, acrescentou.
Lagarde destacou ainda que Varoufakis se comprometeu a melhorar o trabalho com as equipas técnicas que se deslocam a Atenas e as discussões políticas com Bruxelas, e garantiu que o FMI continua empenhado em trabalhar com as autoridades “para ajudar a Grécia a regressar ao caminho sustentável de crescimento e emprego".
No final do encontro com a directora-geral do FMI, Yanis Varoufakis alinhou pelo mesmo tom e garantiu que a Grécia “tenciona cumprir todas as suas obrigações para com todos os seus credores, ad infinitum”.
Em declarações aos jornalistas em Washington, o ministro acrescentou que a Grécia tenciona fazer reformas “profundas” no país e melhorar a “eficácia das negociações” com os seus credores.
À procura de outros apoios
A Grécia está a negociar com os parceiros da União Europeia (UE) e procura outros apoios. Nesta segunda-feira, Lagarde e Yanis Varoufakis têm um encontro com responsáveis do Tesouro norte-americano, entre eles o sub-secretário Nathan Sheets, encarregado dos assuntos internacionais; e com a conselheira para as questões de economia internacional do Presidente Barack Obama, Caroline Atkinson.
Um porta-voz de Varoufakis disse à AFP que o objectivo é associar o FMI às negociações em curso com a UE e que é "normal" apresentar as reformas planeadas pelo Governo grego aos Estados Unidos, que é o primeiro accionista do FMI.
A visita de Varoufakis a Washington precede a de Tsipras a Moscovo, onde o primeiro-ministro grego chega na quarta-feira.
Nas últimas semanas, adensaram-se os receios de que Atenas não teria capacidade para honrar os seus compromissos, nomeadamente o pagamento da tranche de 450 milhões de euros do empréstimo concedido pelo FMI e cujo prazo de amortização termina no início deste mês.
Esses receios foram alimentados por uma carta enviada pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, à chanceler alemã Angela Merkel, no dia 15 de Março, onde o país alertava que poderia ter dificuldades em pagar os reembolsos de curto prazo e que, se a ajuda financeira de Bruxelas tardasse, os salários e as pensões poderiam estar em risco.
Contudo, na semana passada, o vice-ministro grego das Finanças, Dimitris Mardas, já tinha garantido que o país tinha capacidade para pagar as despesas de Abril.
Na quarta-feira passada, o governo grego entregou em Bruxelas um plano de reformas com mais de 70 medidas, que poderá levara um acréscimo de receitas entre 4.700 e 6.100 milhões de euros este ano.
O plano vai agora ser discutido com os parceiros europeus e, segundo a Lusa, que cita meios de comunicação social gregos, Atenas desistiu do objectivo inicial de convocar um Eurogrupo extraordinário para a próxima semana e espera obter luz verde para o desembolso da ajuda pendente, no valor de 7.200 milhões de euros, na reunião agendada para 24 de Abril na Letónia.