Depois de quatro mil comboios suprimidos, há nova greve na CP a 16 de Abril

Transportadora ferroviária já pediu serviços mínimos para a paralisação agendada para a próxima semana

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Até às 14h, a CP realizou apenas 66 viagens de comboio Rui Gaudêncio

A paralisação de dia 16 foi convocada por nove associações sindicais, em protesto contra a venda da EMEF e da CP Carga, a fusão da Refer com a Estradas de Portugal e a eliminação de benefícios concedidos a trabalhadores e reformados, refere o pré-aviso de greve, que data de 30 de Março. Apesar de não incluir o sindicato dos maquinistas ou dos revisores, que tendem a parar a operação, os trabalhadores destas áreas acabam por estar abrangidos, pelo que ainda é cedo para perceber o impacto que esta greve irá ter.

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A paralisação de dia 16 foi convocada por nove associações sindicais, em protesto contra a venda da EMEF e da CP Carga, a fusão da Refer com a Estradas de Portugal e a eliminação de benefícios concedidos a trabalhadores e reformados, refere o pré-aviso de greve, que data de 30 de Março. Apesar de não incluir o sindicato dos maquinistas ou dos revisores, que tendem a parar a operação, os trabalhadores destas áreas acabam por estar abrangidos, pelo que ainda é cedo para perceber o impacto que esta greve irá ter.

A dimensão dos constrangimentos que vão verificar-se nesse dia dependerá também da decisão do tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) relativamente aos serviços mínimos. A CP já pediu que fosse decretada como obrigatória uma parte da operação, mas a decisão só será conhecida nos próximos dias.

No pré-aviso de greve, os signatários escrevem que “face às actuais circunstâncias” e à “ampla divulgação” dos protestos, “não se mostra necessário realizar comboios de passageiros”, pelo que pedem que o tribunal arbitral defina apenas como obrigatório que todas as composições que se encontrem em marcha sejam conduzidas até ao seu destino e que seja assegurado o comboio de socorro.

Regra geral, o tribunal arbitral nomeado pelo CES tem definido como obrigatória a realização de 25% dos comboios, mas na paralisação que ontem terminou tomou uma decisão pouco habitual, ao rejeitar a existência de serviços mínimos. Uma posição que, além de muito criticada pela CP, aumentou significativamente as proporções da greve que afectou o período da Páscoa.

Esta paralisação de quatro dias teve graves consequências, resultando no cancelamento de quase quatro mil comboios. As perturbações começaram ainda na véspera do primeiro dia de greve, embora com efeitos pouco evidentes, tendo sido cancelados seis comboios. Mas no primeiro dia, quinta-feira, foram suprimidas 1242 ligações. Nesta segunda-feira, o número também deverá ser significativo: tinham sido canceladas 928 até às 18h, mas previa-se que o número de supressões chegasse às 1250 até ao final do dia.

Já na sexta-feira, o número de cancelamentos chegou a 681 e, no domingo, a 737. No sábado não havia greve, mas há sempre impactos indirectos no início do dia e nas últimas horas, o que resultou na supressão de 39 comboios. Os serviços mais afectados foram os urbanos de Lisboa e do Porto, sendo que a CP conseguiu assegurar uma parte importante dos comboios de longo-curso.

A paralisação que afectou a transportadora ferroviária a 2 de Abril e nesta segunda-feira foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que representa os revisores e os trabalhadores das bilheteiras. O sindicato agendou estes protestos para reclamar o pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996. Já o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário emitiu um pré-aviso para o trabalho extraordinário e em dias de feriado, o que abrangeu a sexta-feira e o domingo.

Apesar de, por norma, as paralisações deste sindicato não causarem muito impacto, o SFRCI incitou os seus associados a aderirem também à paralisação naqueles dois dias, o que aumentou significativamente os constrangimentos.