Uma maioria absoluta para novos tempos
A crer em Miguel Albuquerque, a maioria absoluta do PSD-Madeira respeitará o jogo democrático.
Com um menor número de votantes (127.893 contra os 147.344 de 2011) e uma maior abstenção (50,28% contra 42,61% em 2001), o PSD de Miguel Albuquerque estancou, ainda assim, o que parecia ser a tendência de queda do PSD de Alberto João Jardim. Perdeu um deputado, é certo (de 25 para 24), e teve menos votos do que em 2011 (um total de 56.690 contra os 71.556 das eleições anteriores), mas conseguiu manter por um deputado a maioria absoluta, com 24 deputados num parlamento de 47. O CDS, que na Madeira é, como se sabe, adversário e não aliado do PSD, não viu reconhecida a sua ambição de lhe tirar votos, pelo contrário: baixou de 17,63% para 13,69% e perdeu, nesta operação, dois deputados (de 9 passou para 7). Com o PS sucedeu coisa pior: confiante nas virtudes do “frentismo”, constituiu a Coligação Mudança junto com o PTP, o MPT e a PAN. Só que, juntos, tiveram não só menos votos do que o PS tivera sozinho em 2011, como perderam em conjunto quase metade dos deputados: elegeram agora 6, quando em 2011 totalizavam 11 (6 do PS, 3 do PTP, 1 do MPT e 1 do PAN). O líder do PS-Madeira fez, em consequência disto, o que lhe restava fazer: demitiu-se. Contra a tendência destes registos de perdas, houve alguns pequenos vencedores. Desde logo o JPP, ou Juntos pelo Povo, candidatura encabeçada pelo homem que iniciou os movimentos de cidadãos na Madeira, o arqueólogo Élvio Sousa. Estreante, conseguiu eleger 5 deputados, quase tantos quanto os da Coligação Mudança (do veterano PS) e acima do PCP-PEV e do BE, com dois deputados cada. Mas também PCP e BE têm motivos para regozijo: o primeiro aumentou o número de votos (de 5546 para 7082) e o segundo quase os duplicou, de 2512 para 4859. Tinha zero deputados, passou a ter dois. O que promete, agora, o PSD de Miguel Albuquerque? “Trabalhar no sentido de prestigiar as instituições autonómicas.” Veremos como o fará, no ocaso de Jardim.
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Com um menor número de votantes (127.893 contra os 147.344 de 2011) e uma maior abstenção (50,28% contra 42,61% em 2001), o PSD de Miguel Albuquerque estancou, ainda assim, o que parecia ser a tendência de queda do PSD de Alberto João Jardim. Perdeu um deputado, é certo (de 25 para 24), e teve menos votos do que em 2011 (um total de 56.690 contra os 71.556 das eleições anteriores), mas conseguiu manter por um deputado a maioria absoluta, com 24 deputados num parlamento de 47. O CDS, que na Madeira é, como se sabe, adversário e não aliado do PSD, não viu reconhecida a sua ambição de lhe tirar votos, pelo contrário: baixou de 17,63% para 13,69% e perdeu, nesta operação, dois deputados (de 9 passou para 7). Com o PS sucedeu coisa pior: confiante nas virtudes do “frentismo”, constituiu a Coligação Mudança junto com o PTP, o MPT e a PAN. Só que, juntos, tiveram não só menos votos do que o PS tivera sozinho em 2011, como perderam em conjunto quase metade dos deputados: elegeram agora 6, quando em 2011 totalizavam 11 (6 do PS, 3 do PTP, 1 do MPT e 1 do PAN). O líder do PS-Madeira fez, em consequência disto, o que lhe restava fazer: demitiu-se. Contra a tendência destes registos de perdas, houve alguns pequenos vencedores. Desde logo o JPP, ou Juntos pelo Povo, candidatura encabeçada pelo homem que iniciou os movimentos de cidadãos na Madeira, o arqueólogo Élvio Sousa. Estreante, conseguiu eleger 5 deputados, quase tantos quanto os da Coligação Mudança (do veterano PS) e acima do PCP-PEV e do BE, com dois deputados cada. Mas também PCP e BE têm motivos para regozijo: o primeiro aumentou o número de votos (de 5546 para 7082) e o segundo quase os duplicou, de 2512 para 4859. Tinha zero deputados, passou a ter dois. O que promete, agora, o PSD de Miguel Albuquerque? “Trabalhar no sentido de prestigiar as instituições autonómicas.” Veremos como o fará, no ocaso de Jardim.