Jornalista que trabalhou para Rohani pede asilo na Suíça
Ex-assessor de media do Presidente foi cobrir as negociações sobre o nuclear, mas não quer regressar ao Irão.
“A minha consciência não me permitia continuar a desenvolver a minha profissão desta forma”, disse Motaghi numa entrevista a um canal de televisão online da oposição iraniana com sede em Londres, o Irane Farda, citada pelo jornal britânico The Daily Telegraph. Falando dos jornalistas iranianos que estão a acompanhar as negociações, Motaghi diz que “não são jornalistas, porque o seu principal trabalho é garantir que todas as notícias que chegam ao Irão passam por eles”.
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“A minha consciência não me permitia continuar a desenvolver a minha profissão desta forma”, disse Motaghi numa entrevista a um canal de televisão online da oposição iraniana com sede em Londres, o Irane Farda, citada pelo jornal britânico The Daily Telegraph. Falando dos jornalistas iranianos que estão a acompanhar as negociações, Motaghi diz que “não são jornalistas, porque o seu principal trabalho é garantir que todas as notícias que chegam ao Irão passam por eles”.
Motaghi, jornalista e comentador político, foi o responsável pelas relações públicas da campanha de Rohani e teve muito sucesso a promover o candidato junto dos eleitores mais jovens através das redes sociais. A eleição de Rohani foi recebida por muitos iranianos com grandes expectativas de futuras reformas políticas, mas os poderosos religiosos têm travado quaisquer mudanças de fundo.
Um site da oposição escreve que Motaghi, actualmente a trabalhar para a ISCA, a agência de notícias da associação de estudantes iraniana, era obrigado a prestar contas semanais ao Ministério da Informação e teria sido avisado por alguém da possibilidade de ser preso no regresso da Suíça.
O Telegraph escreve ainda que o jornalista iraniano é amigo de Jason Rezaian, o irano-americano que chefiava a delegação de Teerão do Washington Post até ser detido pelo regime, em Junho do ano passado.
Na entrevista, Motaghi critica igualmente a Administração de Barack Obama, acusando-a de ter uma linha demasiado conciliatória com os iranianos e de estar na Suíça “para falar em nome do Irão e convencer os outros países” (os outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança e a Alemanha) a chegar a um acordo.
As autoridades suíças recusaram comentar o pedido de asilo “por causa da necessidade de proteger dados pessoais”.