Carreiras elogia o poder local e deixa críticas aos que usam os autarcas

O presidente da mesa do Congresso da ANMP encerra intervenção citando o que para si é “o verdadeiro hino da cidadania: ‘Grândola, vila morena’”.

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Carlos Carreiras Rui Gaudêncio

“Muitos dos que consideram os autarcas políticos menores, são os mesmos que desprezam o papel das autarquias” no mundo moderno, disse o presidente da mesa do congresso na sessão de abertura do XXII Congresso da associação de municípios, que decorre até sábado, em Tróia, no concelho de Grândola.<_u13a_p>

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“Muitos dos que consideram os autarcas políticos menores, são os mesmos que desprezam o papel das autarquias” no mundo moderno, disse o presidente da mesa do congresso na sessão de abertura do XXII Congresso da associação de municípios, que decorre até sábado, em Tróia, no concelho de Grândola.<_u13a_p>

O autarca de Cascais considerou que, passados 40 anos sobre a revolução de Abril, “o poder local continua a ter os seus adversários em todos aqueles que têm uma fé inabalável no Estado omnipotente”. “De cada vez que os inimigos do poder local disserem que os autarcas são despesistas, nós diremos que as câmaras são responsáveis por menos de 2% da dívida, mais concretamente 1,8%, da dívida nacional”, contrapôs.<_u13a_p>

E tal como apontara pouco depois o próprio líder da associação de municípios, o socialista Manuel Machado, Carreiras puxou dos números para dizer que as câmaras têm superavit e o Estado central há décadas que apresenta défice”. “De cada vez que eles disserem que há clientelismo, nós diremos que as câmaras reduziram os quadros de pessoal duas vezes mais que a administração central”, declarou o presidente da mesa do congresso da ANMP.<_u13a_p>

Mais à frente o presidente da Câmara de Cascais referiu-se ao novo ciclo do poder local, deixando para trás os ciclos da “infra-estruturação” (do saneamento básico e das estradas) e do “equipamento” (escolas e unidades de saúde). É chegado o momento do “desenvolvimento” (das políticas e cidades inteligentes), afirmou.<_u13a_p>

Depois das declarações que proferiu esta semana, que levou os comunistas a reagirem, negando qualquer radicalização do discurso politico na reunião magna dos autarcas, o autarca do PSD deixou palavras de esperança, fazendo votos que este seja “um congresso de convergência, não de divergência”: “Caso contrário, isso representaria uma derrota para a nossa associação e, especialmente, para todos aqueles que representamos”.<_u13a_p>

Depois de elogios aos autarcas e ao seu “papel crucial” “o poder autárquico é a mais bem-sucedida forma de governo que o país já conheceu” -. o vice-presidente do PSD terminou a sua intervenção com  alguma ousadia, citando o que para si é “o verdadeiro hino da cidadania: ‘Grândola, vila morena’”.<_u13a_p>

Sob o tema "Afirmar Portugal com o Poder Local", o XXII Congresso da ANMP decorre em Tróia para debater "a perda de autonomia" e a "asfixia financeira" dos municípios.<_u13a_p>