António Lobo Xavier entra na Casa da Música
Gestor ligado ao CDS-PP poderá vir a ser o próximo presidente da administração.
A escolha do jurisconsulto licenciado em Direito na Universidade de Coimbra e ex-deputado em diversas legislaturas na Assembleia da República, onde foi líder parlamentar centrista, foi feita no Conselho de Fundadores da Casa da Música, numa assembleia-geral que também aprovou, por unanimidade, as contas relativas ao ano passado.
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A escolha do jurisconsulto licenciado em Direito na Universidade de Coimbra e ex-deputado em diversas legislaturas na Assembleia da República, onde foi líder parlamentar centrista, foi feita no Conselho de Fundadores da Casa da Música, numa assembleia-geral que também aprovou, por unanimidade, as contas relativas ao ano passado.
Como o PÚBLICO tinha já revelado, à frente dos fundadores mantém-se Luís Valente de Oliveira, que aceitou o convite do Governo para renovar o seu mandato, e a única mudança da administração foi a substituição – também por ter chegado ao fim do terceiro mandato – de Maria Amélia Cupertino de Miranda por Maria do Rosário Gamboa, presidente do Instituto Politécnico do Porto, em representação da Junta Metropolitana do Porto.
Mantêm-se, a completar a administração, o advogado Augusto-Pedro Lopes Cardoso e o musicólogo Jorge Manuel Castro Ribeiro, em representação da Secretaria de Estado da Cultura (SEC). Dos fundadores privados, continuam também Teresa de Moura (EDP), José Pena do Amaral (BPI) e Rita Domingues (Grupo Barbosa & Almeida).
Caberá agora à nova administração eleger entre si os novos presidente e vice-presidentes, em reunião ainda a marcar.
Valente de Oliveira, a quem coube propor ao conselho o nome de Lobo Xavier – que viria a ser aprovado com 32 votos em 34 possíveis –, justificou a sua proposta por se tratar, além de "um melómano, um homem com larga experiência de gestão, agregador de vontades e com um sentido apuradíssimo de serviço público".
À saída do conselho, ainda antes de terminada a reunião, o secretário de Estado da Cultura disse que "ficou garantida a estabilidade" na fundação, e destacou o importante apoio dos privados para a Casa da Música. Recusando pronunciar-se sobre a escolha de Lobo Xavier, e explicando que essa seria uma decisão dos fundadores privados – que detém a maioria na administração –, Jorge Barreto Xavier remeteu também para 2016 uma eventual alteração no corte de 30% (de 10 milhões de euros para sete milhões) no financiamento que o Estado atribui anualmente à Casa da Música.
Se o nome de Lobo Xavier parece posicionar-se como o previsível novo presidente da administração, sucedendo no lugar a Dias da Fonseca, tudo leva a crer que o novo elenco deverá manter também o actual modelo de gestão da Casa da Música, com um director-geral (Paulo Sarmento e Cunha) e um director artístico (António Jorge Pacheco). Esta solução de continuidade foi, de resto, justificada ao PÚBLICO por Valente de Oliveira, que disse "não haver necessidade de alterar uma coisa que está a correr bem”.
Do conselho de fundadores saiu também a recomposição do conselho fiscal, que agora passou a ter finalmente um representante da SEC, Estela Barbot, ao lado de Manuela Garrido (pelo Ministério das Finanças) e António Magalhães (pelos privados).