Pilotos: Prejuízos da TAP foram responsabilidade da administração
Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil aponta “erros e omissões” da equipa de Fernando Pinto, que abriu “prematuramente” novas linhas.
“Em especial, estes prejuízos resultaram directamente da abertura prematura e precipitada de novas linhas, sem que estivessem assegurados os recursos necessários para esse efeito, nos planos das tripulações e das aeronaves”, refere o sindicato. O SPAC aponta o dedo aos problemas com os aviões durante o Verão e ao “relacionamento de confronto deliberado com os representantes dos trabalhadores” por parte da administração da empresa “para iludir os efeitos dos irrefutáveis erros de gestão que se vão sucedendo no grupo”.
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“Em especial, estes prejuízos resultaram directamente da abertura prematura e precipitada de novas linhas, sem que estivessem assegurados os recursos necessários para esse efeito, nos planos das tripulações e das aeronaves”, refere o sindicato. O SPAC aponta o dedo aos problemas com os aviões durante o Verão e ao “relacionamento de confronto deliberado com os representantes dos trabalhadores” por parte da administração da empresa “para iludir os efeitos dos irrefutáveis erros de gestão que se vão sucedendo no grupo”.
“O SPAC salienta e lamenta profundamente a impunidade desta administração perante a degradação estrutural e continuada do balanço do grupo, ao longo da última década, bem patente na acumulação sistemática de prejuízos, sob os mais diversos pretextos, e que ascendeu a 458 milhões de capitais próprios negativos, em 31 de Dezembro de 2014", critica.
A TAP registou prejuízos de 46 milhões de euros em 2014, depois de, no ano passado, ter conseguido um lucro de 34 milhões de euros. Dificuldades operacionais explicam estes números da transportadora aérea (que não incluem as outras operações do grupo) e foram divulgados quarta-feira, naquela que terá sido a última apresentação antes da privatização. As perdas foram provocadas pelo atraso na entrega de seis novos aviões, 22 dias de greve (realizadas ou anunciadas) e problemas técnicos que afectaram os aviões da transportadora nos meses de Verão.
Em concreto, estes três factores provocaram uma redução da tarifa média (na ordem dos 53 milhões de euros), custos com transferências de passageiros (27 milhões de euros), despesas com fretamentos (16 milhões) e um aumento das indemnizações pagas a passageiros, que atingiram os 12 milhões de euros. Contas feitas, o impacto negativo foi de 108 milhões de euros.
Os dados revelados quarta-feira mostram que a TAP SA quebrou uma tendência de cinco anos de lucros consecutivos, iniciada em 2009. Desse período, o melhor ano foi 2010, com um resultado positivo de 62 milhões de euros. Antes, em 2008, o prejuízo tinha chegado aos 209 milhões de euros.