“Nunca estivemos tão unidos como agora”
João Bernardo de Melo, capitão da selecção nacional de sub-18, diz que os objectivos da selecção nacional no Europeu de Elite passam por deixar uma marca para as próximas gerações
Na véspera de Portugal partir para Toulouse, onde sexta-feira começa a disputar o Europeu de Elite de sub-18, João Bernardo, capitão da equipa portuguesa, diz em entrevista ao P3 Râguebi que o grupo está unido e já só pensa na estreia, contra a Inglaterra. O talonador de Portugal e do CDUL, confessa-se admirador de Gonçalo Foro e Richie McCaw, revela que gostava de regressar à Nova Zelândia e diz que ainda não se imaginou a jogar pelos Lobos, no Mundial 2019.
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Na véspera de Portugal partir para Toulouse, onde sexta-feira começa a disputar o Europeu de Elite de sub-18, João Bernardo, capitão da equipa portuguesa, diz em entrevista ao P3 Râguebi que o grupo está unido e já só pensa na estreia, contra a Inglaterra. O talonador de Portugal e do CDUL, confessa-se admirador de Gonçalo Foro e Richie McCaw, revela que gostava de regressar à Nova Zelândia e diz que ainda não se imaginou a jogar pelos Lobos, no Mundial 2019.
Portugal vai fazer sexta-feira a estreia contra a Inglaterra no Europeu de Elite. Como está o moral da equipa para o jogo?
Nunca estivemos tão unidos como agora. Fizemos os possíveis e os impossíveis para nos preparamos para esta competição. Este é um processo que começou há dois anos e esta é uma das selecções que mais vezes esteve junta, quase sempre com os mesmos jogadores. Isso é bom. Estamos unidos e já só pensamos no jogo de estreia contra a Inglaterra.
Como capitão de equipa, qual vai ser a mensagem que vais transmitir ao grupo antes de entrarem no relvado, em Montauban?
Acima de tudo, quero que saiam do jogo contra a Inglaterra orgulhosos do que fizerem. Que deixem tudo em campo, honrem o país, a equipa e todos os jogadores que não foram convocados. Depois, vou dizer-lhes para se divertirem e que aproveitem o momento. Não é todos os dias que jogamos contra os melhores da Europa.
Que objectivos é que definiram para o Europeu?
Os objectivos não passam muito por resultados. Passam por deixamos uma marca para as próximas gerações. Essa marca traduz-se em saber representar bem o país, por jogar um bom râguebi, por tentar ter mais bola. Queremos defender bem e ser impenetráveis.
Mas continua a faltar a Portugal uma vitória num Europeu de Elite…
Claro que enquanto jogadores pensamos sempre em fazer história e queremos ser a primeira equipa portuguesa a ganhar um jogo num Europeu de Elite. Seria uma honra.
Tiveste a oportunidade de esta a treinar um mês na Nova Zelândia, na Burnside High School. Como foi essa experiência?
Deu para conhecer melhor uma cultura completamente diferente. Vive-se o râguebi de manhã à noite. Quando acordamos temos râguebi na televisão e quando nos deitamos temos râguebi na televisão. Deu para perceber que a grande diferença entre Portugal e Nova Zelândia está na intensidade que se mete no que se faz dentro do campo. É um ritmo muito superior…
Fazer uma temporada, tal como o Vasco Fragoso Mendes vai agora fazer, é um objectivo?
Exacto. Fazer uma época, que são seis meses, é um dos meus objectivos.
Quem são as principais referências a nível nacional e internacional?
A nível nacional gosto muito de ver jogar o Gonçalo Foro, o capitão dos seniores da minha equipa. A nível internacional admiro imenso o Richie McCaw. É um modelo a seguir como jogador e como homem.
Que jogador tens como modelo na tua posição e que características achas que um nom talonador precisa de ter?
Gosto muito do talonador da África do Sul, o Bismarck du Plessis. É dos melhores ou mesmo o melhor talonador do Mundo. Como características, para além de ter que saber introduzir bem a bola, tem que ser muito móvel e rápido. Tem que saber fazer um pouco de tempo dentro do campo.
Esta geração que vai estar no Europeu está a chegar a uma fase crítica na evolução de um jogador, que é a transição entre o secundário e a faculdade, que muitas vezes tem como desfecho o abandono do râguebi. Vocês falam sobre isso entre vocês?
Já falamos e ficamos tristes ao ver colegas abandonarem o râguebi. Sei que a faculdade será um mundo diferente daquele em que estive até agora, mas olhando para os jogadores desta equipa, penso no máximo pode haver uma ou outra desistência e nem estou a ver quem… Todos adoram o râguebi e só vão parar por lesão ou outro motivo grave.
Em 2019 terás 22 anos. Já te imaginaste a jogar o Mundial do Japão?
Não, nunca imaginei (risos). Tenho que me concentrar no dia-a-dia. Só assim posso atingir os meus objectivos…
E que objectivos são esses?
Quero chegar a sénior do meu clube e depois chegar a Lobo…