Arquitectos em Portugal são jovens e mal remunerados

Architects Council of Europe fez retrato da classe dos arquitectos a nível europeu. Depois da Itália, Portugal é o país da Europa com mais arquitectos por habitante

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É o segundo país da Europa com mais arquitectos e um dos que pior paga. O cenário traçado pela pesquisa da Mirza & Nacey Research para a Architects’ Council of Europe não é animador para os portugueses: levam a medalha de prata na lista dos países com mais arquitectos por habitante (são 21200, o que significa dois por cada mil habitantes) e uma de ouro que ninguém deseja — na lista dos sete primeiros países europeus com mais arquitectos por habitante, ninguém é tão mal remunerado.

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É o segundo país da Europa com mais arquitectos e um dos que pior paga. O cenário traçado pela pesquisa da Mirza & Nacey Research para a Architects’ Council of Europe não é animador para os portugueses: levam a medalha de prata na lista dos países com mais arquitectos por habitante (são 21200, o que significa dois por cada mil habitantes) e uma de ouro que ninguém deseja — na lista dos sete primeiros países europeus com mais arquitectos por habitante, ninguém é tão mal remunerado.

São 13.433 euros anuais, valor que só fica próximo do auferido pelos gregos (16.145 euros), mas que se destaca já bastante do terceiro classificado: os italianos, que ganham 27.132 euros anualmente. Curiosamente, revela o estudo, são estes mesmos três países que lideram a lista dos locais com mais arquitectos: são 153 mil (2,5 por cada mil habitantes) em Itália, 21.200 em Portugal e 17.600 (1,6 por cada mil habitantes) na Grécia.

A maioria dos arquitectos portugueses (68%) têm menos de 40 anos e os homens continuam a estar em vantagem (são 57%). Em toda a Europa, há 565 mil arquitectos e só 34% têm menos de 40 anos. A maioria são homens (61%) e trabalham a "full time" (78%), revelam os resultados, calculados através de uma pesquisa desenvolvida no ano passado.

Em Itália encontram-se 27% dos arquitectos europeus — mais 50 mil do que os existentes nos Estados Unidos e mais do que aqueles que o Reino Unido e Alemanha têm juntos. A popularidade da profissão entre os italianos acarreta dois problemas: desemprego e baixos salários.

"Estive em Bruxelas recentemente e as pessoas perguntavam-me porque razão tinha a Itália tantos arquitectos, Honestamente, à parte a questão da tradição, não sei. É uma profissão que sempre foi altamente considerada no passado, e ainda soa bem quando você diz isso em festas, mas na realidade não estamos bem de vida", disse ao The New York Times Luciano Lazzari, arquitecto de Trieste e presidente da Architects Council of Europe.

Para contornar as dificuldades, explicou Luciano Lazzari, os arquitectos italianos estão a desenvolver outras competências, sobretudo a nível de domínio de línguas, para trabalharem noutros países. Mas o estudo mostra que esse passo ainda não foi dado: só 4% dos inquiridos em Itália disseram ter trabalhado fora do país no último ano.