Passos diz que Portugal estaria como a Grécia se tivesse seguido outro rumo

Primeiro-ministro disse que não sente necessidade de dizer quando apresenta o programa eleitoral.

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"Não podemos deixar de observar que foi justamente o caso político que seguiu a estratégia que os nossos adversários defenderam aquele que não consegue nem fechar a ajuda externa nem fechar a crise económica e social e que, de crise política em crise política, aparece dramaticamente a pedir ajuda e a falar em crise humanitária", disse Pedro Passos Coelho, referindo-se ao caso da Grécia, no encerramento do congresso do PSD/Açores, na Ribeira Grande.

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"Não podemos deixar de observar que foi justamente o caso político que seguiu a estratégia que os nossos adversários defenderam aquele que não consegue nem fechar a ajuda externa nem fechar a crise económica e social e que, de crise política em crise política, aparece dramaticamente a pedir ajuda e a falar em crise humanitária", disse Pedro Passos Coelho, referindo-se ao caso da Grécia, no encerramento do congresso do PSD/Açores, na Ribeira Grande.

Para Passos Coelho, a situação grega dá "uma boa pista" do estado em que estaria Portugal se o Governo tivesse dado atenção a quem reiteradamente, nos últimos três anos, condenou o executivo por insistir em cumprir o memorando da troika. O primeiro-ministro vaticinou que isso seria impossível de fazer ou no caso de ser feito, segundo Passos Coelho, arruinaria o país. O primeiro-ministro criticou assim quem defendeu quem defendeu outras vias, como a reestruturação da dívida, a renegociação do acordo com a troika ou um pedido de "mais tempo e mais dinheiro".

Reagindo às críticas que o líder do PS, António Costa, fizera às declarações da Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, o primeiro-ministro afirmou: "Agora há quem fique ofendido porque a ministra das Finanças disse que tínhamos os cofres cheios. Deviam ficar ofendidos de saber que quando cá chegámos [ao Governo] os cofres estavam vazios, não havia lá um tostão. Nessa altura sim, onde estão? Acham que é um insulto aos portugueses que estão desempregados dizerem que temos os cofres cheios. O que é que significou para os portugueses todos nestes anos ter os cofres vazios? Custou muito desemprego, muita medida difícil.”

Passos Coelho sublinhou que os sacrifícios não foram pedidos aos portugueses "para salvar os bancos". E sublinhou: "O meu Governo, o Governo do PSD, que não nacionalizou banco nenhum (...), nós conseguimos assegurar a estabilidade financeira emprestando dinheiro aos bancos. Dinheiro que, em grande parte, já devolveram e com juros tão altos, que não têm nenhuma vontade de voltar a pedi-lo."

BES, “um martelo”
O primeiro-ministro considerou o caso do BES, que surgiu já depois do fim do programa de ajustamento da troika e "de todo esse esforço", foi um "um martelo em cima da nossa cabeça", que "lançou novamente uma dúvida sobre a estabilidade" do sistema financeiro português.

Referindo-se à comissão de inquérito constituída na Assembleia da República por causa da falência do BES, Passos Coelho disse que, em breve, se conhecerá com "pormenor a história que explica tudo isso", mas assegurou que "não concluirão de certeza [os deputados] que o BES precisou de ser resolvido por causa da acção do Governo". Para acrescentar: “E não terão com certeza nenhum membro do Governo a explicar na comissão de inquérito por que é teve de usar biliões de euros dos contribuintes para pagar dívidas de grupos privados."

O presidente do PSD sublinhou que o sistema financeiro "é essencial" para a economia de qualquer país, a sua "estabilidade tem de ser preservada" e quem "comete erros nesse domínio tem de ser chamado à responsabilidade". E garantiu: “O que nós queremos é que o sistema financeiro possa estar ao serviço dos bons projectos, das boas empresas, da exportação, que precisamos de aumentar, e não dos interesses dos accionistas quando querem ocultar as suas contas ou as suas responsabilidades."

Numa intervenção de 50 minutos, Passos Coelho sublinhou que pretende ganhar as eleições deste ano falando do país de 2015, não de como o encontrou em 2011, sublinhando que tem "um rumo", que passa por continuar a corrigir os "desequilíbrios muito fortes" que permanecem no país, em termos financeiros e sociais.

Considerando que os portugueses sabem aquilo que tem feito e tenciona fazer, afirmou que é por isso que não sente necessidade de indicar uma data para apresentar o seu programa eleitoral.