“Óculos de eclipse” para ver o Sol em segurança são difíceis encontrar
É preciso usar óculos especiais para observar o eclipse e não danificar os olhos.
A única forma segura de olhar para o Sol é pôr os óculos que sejam “um filtro solar ocular”, de crómio e alumínio, e que podem comprar-se em “lojas especializadas de astronomia”, disse Maria João Quadrado, acrescentando que neste eclipse, ao invés de outros eclipses solares, não houve uma iniciativa para que as farmácias tivessem disponíveis estes óculos.
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A única forma segura de olhar para o Sol é pôr os óculos que sejam “um filtro solar ocular”, de crómio e alumínio, e que podem comprar-se em “lojas especializadas de astronomia”, disse Maria João Quadrado, acrescentando que neste eclipse, ao invés de outros eclipses solares, não houve uma iniciativa para que as farmácias tivessem disponíveis estes óculos.
“Ao contrário de anos anteriores, não houve nenhuma entidade interessada em distribuir ou vender os óculos, não houve nenhum acordo com a Associação Nacional de Farmácias e, por isso, só estavam à venda nas lojas de astronomia. E só existem duas no país, uma em Oiã (Aveiro) e outra em Lisboa. E, pelo que sei, nos locais onde existiam os óculos esgotaram”, referiu por sua vez Ricardo Cardoso Reis, do Gabinete de Comunicação de Ciência do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, no Porto.
“Já ligaram várias escolas. Vamos fazer a actividade na rua, por isso, não temos limite de participantes”, disse ainda Ricardo Cardoso Reis. Porém, há limites de meios. “Teremos apenas cerca de 70 óculos disponíveis que vão ter de ser partilhados e rodar pelas pessoas. E foi muito difícil de consegui-los. Custaram cerca de cinco euros cada um e esta semana já só se conseguia comprar a cerca de dez euros.”
Tirar fotos é perigoso
Mas mesmo com os óculos postos, só se pode olhar durante 30 segundos para o Sol, depois tem de se esperar três minutos até nova observação. Há muitos materiais que não protegem os olhos do Sol e não podem ser usados: óculos escuros, vidros negros fumados, películas ou negativos fotográficos, radiografias, disquetes CD, DVD, filtros de gelatina ou folhas de alumínio. Pior ainda seria usar binóculos e telescópios, que concentram os raios de luz.
Tirar fotografias também é perigoso porque tem de se olhar para o Sol. As crianças, cujos olhos estão ainda a desenvolver-se, são as mais susceptíveis a danos.
No início desta semana, o próprio Ministério da Educação e Ciência (MEC) enviou uma nota para todas as escolas do país incentivando a observação do eclipse e a discussão do fenómeno em sala de aula, mas sublinhando a questão da segurança. Avisou que os alunos deviam ser alertados para os riscos para a visão, “no limite, de cegueira”.
“O Sol nunca deve ser observado directamente sem filtros solares oculares (vulgo ‘óculos de eclipse’)”, lembrou o MEC, que acrescentou que também não se deve usar, para aquele efeito, “óculos escuros, vidros negros de fumo, películas ou negativos fotográficos e radiografias”. Como alternativa segura, sugeriu a projecção de uma imagem do Sol numa superfície, através de um orifício num cartão, ou a observação da imagem do Sol projectada nas sombras das árvores.
Notícia actualizada às 20h22 de 19 de Março de 2015