BES está em negociações avançadas para vender banco em Miami

Wall Street Journal escreve que os venezuelanos da família Benacerraf estão dispostos a oferecer dez milhões de dólares.

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Banco de Miami foi transferido para o chamado BES "mau" José Sarmento Matos

O jornal refere, citando fontes próximas da operação, que a família, ligada ao sector financeiro, está disponível a pagar dez milhões de dólares em dinheiro pelo banco e ainda a injectar outros 15 milhões de dólares para estabilizar a instituição, que foi fortemente abalada pelo colapso do Grupo Espírito Santo em meados de 2014.

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O jornal refere, citando fontes próximas da operação, que a família, ligada ao sector financeiro, está disponível a pagar dez milhões de dólares em dinheiro pelo banco e ainda a injectar outros 15 milhões de dólares para estabilizar a instituição, que foi fortemente abalada pelo colapso do Grupo Espírito Santo em meados de 2014.

"Por agora posso apenas confirmar que, na sequência de um processo competitivo tendente à venda do ES Bank de Miami, iniciado há já vários meses, estão em fase adiantada negociações com o Grupo Benacerraf para esse efeito", referiu Luís Máximo dos Santos ao Jornal de Negócios nesta terça-feira, quando confrontado com a notícia do Wall Street Journal.

A confirmar-se a venda do BES Miami, que foi integrado no chamado BES “mau” juntamente com outros activos considerados problemáticos, seguir-se-á à alienação do banco que o grupo detinha na Líbia, no início de Março. O BES vendeu então a participação de 40% que controlava no Aman Bank à Freslake Limited, por 3,9 milhões de euros. 

 Quando foi aplicada a medida de resolução por parte do Banco de Portugal, no início de Agosto, apenas as participações na Líbia, Miami e em Angola ficaram na posse do BES. Todo o resto transitou para o Novo Banco. Em relação a Angola, o BES (que ficou com os activos considerados mais problemáticos) era dono da maioria do capital do BESA. Em Outubro, após ter terminado a garantia estatal prestada pelo presidente angolano, houve uma assembleia geral onde se decidiu a utilização de capital para cobrir prejuízos, conduzindo a uma alteração accionista.

Ao mesmo tempo, deliberou-se a mudança de nome da instituição para Banco Económico. De acordo com o que ficou estipulado, seria o Novo Banco a ficar com 9,9% do Económico, utilizando parte da provisão que tinha efectuado. Nesta movimentação, a Sonangol entraria no capital da instituição. No entanto, ainda a subscrição de capital ainda não ocorreu, e, oficialmente, o Banco Económico ainda não foi criado.  

Os responsáveis do BES afirmaram desde logo que estavam contra esta medida, e que foram impedidos de participar na assembleia geral de Outubro. “Considera o BES que quaisquer decisões que tenham sido tomadas pelos accionistas presentes na referida reunião são inválidas e ineficazes, pelo que irá agir em conformidade”, afirmou então a instituição agora liderada por Luís Máximo dos Santos.