Portas reafirma que coligação nacional não obriga a coligação regional

Foto
Paulo Portas Paulo Soares/NFACTOS

José Manuel Rodrigues, lider regional do CDS, assumiu que está disponível para “qualquer coligação, menos com partidos radicais”. Contudo, o objectivo é ser governo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

José Manuel Rodrigues, lider regional do CDS, assumiu que está disponível para “qualquer coligação, menos com partidos radicais”. Contudo, o objectivo é ser governo.

Na conferência com empresários sobre o tema das exportações, turismo e a mais-valia do Centro Internacional de Negócios (CINM) para o emprego e crescimento, Paulo Portas veio apoiar o lider madeirense e pedir um voto de confiança aos madeirenses. “Temos de confiar em quem defende a gestão dos recursos públicos”, disse o presidente do CDS e vice-primeiro-ministro.

Num ataque ao PSD, Portas recordou o descalabro da dívida regional mas também da dívida nacional, herança dos “socialistas”, para concluir que a Madeira é vítima de “duas más” governações. Na qualidade de dirigente partidário, fez questão de frisar o seu empenho pessoal e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, na aprovação do IV regime do CINM, chamando a si os louros numa disputa com Miguel Albuquerque (PSD) que atribui a vitória à influência de Pedro Passos Coelho e às reuniões que em Janeiro manteve com o primeiro ministro em Lisboa.

Questionado sobre o plano de resgaste da Madeira e sobre o facto de, neste momento, estar a pagar juros elevados ao empréstimo da República, Portas aproveitou para repescar a declaração de António Costa proferida no dia anterior, no Funchal, nas quais se comprometeu a renegociar o Plano de Assistência Económica e Financeira caso seja eleito primeiro-ministro. “[António Costa] reconhece que os juros que Portugal paga por causa daquele resgate medonho a que fomos obrigados em 2011 estão hoje sensivelmente mais baixos. Felizmente, muito mais baixos. Mais uma vez o dr. António Costa reconheceu que foi feito um trabalho para que os juros possam baixar”, afirmou.

Portas não deu, no entanto, garantias sobre a renegociação junto do governo nacional, comprometendo-se apenas em “estar sempre ao lado da Madeira".

CDU fala de privatizações
Com todos os partidos e coligações em acções de rua, neste segundo dia de campanha, a CDU encabeçada por Edgar Silva fez-se acompanhar pelo deputado de Os Verdes, José Luis Ferreira, e escolher o dossier serviços públicos e possíveis respetivas privatizações. Reuniram-se com os CTT, PSP, comissões de trabalhadores da empresa de transportes públicos Horários do Funchal e com a delegação do SITAVA, tendo em cima da mesa o questão da privatização da TAP. Fazer a ruptura com o passado é um dos objetivos dos comunistas.

“Provavelmente vamos continuar a ter jardinismo sem Jardim e é isso que não queremos”, disse o deputado do PEV. Quanto à privatização da TAP, esta é uma grande preocupação de todos os partidos incluindo a CDU, tendo em conta a garantia de serviço público para a ilha.

A ausência de garantias laborais, o desemprego galopante, situações que preocupam a população, foram abordados pelo candidato do BE, Roberto Almada. “São problemas que afligem e atingem muitos milhares de madeirenses" – o emprego jovem na Madeira atinge perto de 50% -, razão pela qual os bloquistas exigem medidas urgentes, nomeadamente a diminuição da carga fiscal.