Líder da Irmandade Muçulmana condenado à morte
Mohammed Badie já tinha ouvido idêntica sentença noutro julgamento. Também já foi condenado quatro vezes a penas de prisão perpétua.
Badie e 13 outros dirigentes foram condenados pelo tribunal de Gizé, sudeste do Cairo, por “planeamento de recurso à força contra o Estado”, segundo a imprensa oficial e advogados. O caso envolve um total de 51 acusados, 31 dos quais estão presos.
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Badie e 13 outros dirigentes foram condenados pelo tribunal de Gizé, sudeste do Cairo, por “planeamento de recurso à força contra o Estado”, segundo a imprensa oficial e advogados. O caso envolve um total de 51 acusados, 31 dos quais estão presos.
O líder da Irmandade, de 71 anos, é acusado em diversos processos e já anteriormente foi condenado à pena de morte. Mais tarde, essa condenação — por incitamento à violência e protestos contra o golpe militar que depôs o Presidente islamista Mohamed Morsi — foi reduzida a prisão perpétua. O julgamento está, contudo, em vias de ser repetido.
Mohammed Badie foi também condenado quatro vezes a penas de prisão perpétua.
Noutro julgamento, com sentença lida também nesta segunda-feira, oito membros da Irmandade foram condenados à morte por um tribunal de Mansurah, a Norte do Cairo, por “formação de células terroristas”.
O governo egípcio declarou em 2013 a Irmandade Muçulmana organização terrorista. O movimento, que venceu todas as eleições realizadas no país entre 2011 e 2013, desmente as acusações de recurso à violência.
Centenas de pessoas foram condenadas à morte após o derrube, naquele ano, de Morsi, membro da organização, que tinha sido eleito.
Depois de Morsi ter sido afastado pelo antigo chefe das Forças Armadas e actual Presidente, Abdel Fattah al-Sissi, foi desencadeada uma repressão sangrenta contra os membros da Irmandade, que fez pelo menos 1400 mortos. A primeira execução de um islamista, por enforcamento, ocorreu no dia 7 de Março. Chamava-se Mahmoud Ramadan.
O actual poder é acusado de instrumentalizar a Justiça na repressão dos islamistas. Centenas de pessoas foram condenadas à morte em processos colectivos expeditos e 15 mil outras foram presas.
Mohammed Morsi incorre em pena de morte em quatro processos em que é acusado.