Vice-presidente da Comissão Europeia pede "por favor" a Passos para continuar reformas
Jyrki Katainen esteve em Lisboa para apresentar o Plano de Investimento para a Europa.
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Katainen afirmou que Bruxelas espera que Portugal apresente reformas "ambiciosas" para responder às fraquezas económicas que persistem, alertando que "não há margem para complacência".
O vice-presidente da Comissão Europeia afirmou que Portugal fez muito para recuperar a confiança, através "de políticas decisivas". "Mesmo com uma taxa de desemprego muito elevada no momento, devemos estar satisfeitos por [Portugal] ter recuperado a confiança e deixado, com sucesso, o programa [de assistência] para trás", afirmou.
O responsável europeu frisou ainda que é preciso "manter o foco na competitividade, nas reformas estruturais e também na dimensão social, como a educação e as competências das pessoas".
O comissário com a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, também falou sobre o assunto. "As reformas que estamos a fazer são essenciais para que o investimento funcione, estarmos a por mais dinheiro, mais investimento sem ter as reformas feitas nos diferentes países da União, não vai dar os resultados que esperamos", frisou, durante a sua intervenção.
Já à margem do evento, o comissário, e ex-secretário-adjunto do primeiro-ministro, reforçou: "Não basta investir e depois não ter resultados desse investimento, os políticos não devem ser julgados pela quantidade do investimento, mas pela qualidade desse investimento. O que precisamos é ter as reformas certas na Europa".
Carlos Moedas defendeu ainda que é preciso melhorar o ambienteregulatório e apontou os sectores da saúde, indústria e ciência como "os grandes pilares para a mudança".
Sobre o chamado Plano Juncker, pouco mais se soube, mas Carlos Moedas destacou que "é um plano de investimento que pode ter um grande interesse para Portugal" e que permite passar "do velho paradigma de investimento baseado em rendas para um investimento baseado numa economia do conhecimento".
"O fundo não tem nenhum tipo de alocação geográfica nem de sector e por isso é importante que as empresas portuguesas estejam preparadas para concorrer num ambiente que vai ser de alto nível", disse.
Questionado sobre o que pensa Bruxelas quanto a uma eventual contribuição de Portugal para o plano, Katainen afirmou não saber se o país pensa em contribuir directamente para o fundo e destacou que "o mais importante é que o sector privado em Portugal percebe as novas oportunidades".
"O nosso objectivo é mobilizar o maior número de fontes privadas possível e minimizar os esforços dos contribuintes", afirmou, classificando as Pequenas e Médias Empresas (PME) como "essenciais" neste processo.
Carlos Moedas sublinhou ainda que "Portugal em relação ao quadro anterior está melhor" e que "as empresas portuguesas estão a apresentar melhores propostas" no âmbito do programa Horizonte 2020.
"Desde Dezembro, já tive o gosto de ter telefonado a 15 pessoas em Portugal que tiveram uma bolsa do Centro Europeu de Investigação. São bolsas entre 1,5 milhões de euros e 2 milhões de euros e que mudam a vida de um investigador, são à volta de quase 30 milhões de euros para investigadores que estão em Portugal", afirmou.