IAVE publicou exemplo da prova de professores com erros
A denúncia foi feita num blogue e confirmada pelo antigo coordenador da divisão de Educação da Sociedade Portuguesa de Física. O IAVE, instituto que concebe e aplica os testes aos docentes, apenas refere que a "informação-prova disponível" no site é a que reconhece como válida.
Na curta declaração com que reagiu a várias questões do PÚBLICO, o IAVE refere-se ao documento actualmente disponível na Internet, no qual divulga informação relativa à componente específica de Física e Química da PACC. Acontece que, segundo Eugénia Machado, professora do quadro do Ministério da Educação e Ciência, da disciplina de Física e Química, “a versão que está disponível desde dia 9 de Março não é a mesma que foi publicada no dia 4” deste mês.<_o3a_p>
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Na curta declaração com que reagiu a várias questões do PÚBLICO, o IAVE refere-se ao documento actualmente disponível na Internet, no qual divulga informação relativa à componente específica de Física e Química da PACC. Acontece que, segundo Eugénia Machado, professora do quadro do Ministério da Educação e Ciência, da disciplina de Física e Química, “a versão que está disponível desde dia 9 de Março não é a mesma que foi publicada no dia 4” deste mês.<_o3a_p>
“Confirmo. No dia 4 à noite vi uma prova que continha erros e que veio a ser retirada. Durante alguns dias, não existia qualquer link para as informações sobre a componente de Física e Química; quando aquele foi reactivado, no dia 9, já remetia para um documento com itens correctos e mais fáceis, ao nível do 11.º ano”, disse ao PÚBLICO Vítor Teodoro, professor auxiliar da Universidade Nova de Lisboa e antigo coordenador da divisão de Educação da Sociedade Portuguesa de Física. Segundo disse, fez cópia de ambos os documentos que guardou no seu “arquivo digital, na pasta que tem como título ‘tesourinhos deprimentes’”.<_o3a_p>
Eugénia Machado e Vítor Teodoro fazem parte de um grupo no facebook de professores que, após o dia 5 de Março, analisou e discutiu os alegados erros. Só recentemente, no entanto, Eugénia Machado decidiu comentar o assunto publicamente, num texto publicado no blogue Aventar. “Na altura nós, professores, ficámos muito escandalizados, mas como os itens foram entretanto substituídos o assunto morreu”, comentou a professora, em declarações ao PÚBLICO. Disse ter decidido voltar ao assunto por se sentir "indignada com o contraste entre o discurso de rigor e a prática deste ministério da Educação".<_o3a_p>
Segundo Eugénia Machado, num dos casos que constavam da "prova original" o item era de “resolução impossível”, por não ser indicado qual "o meio em que se propagava a radiação vermelha referida no enunciado". Diz ter detectado outros erros como, exemplificou, "o uso de terminologia que não obedece as regras internacionais" e "a utilização de unidades para quantificar grandezas físicas adimensionais”.<_o3a_p>
O PÚBLICO perguntou ao IAVE se confirmava que haviam sido publicadas duas versões do documento em causa e se a primeira continha erros; e, no caso de ser verdade, como se explicava aquele caso. Também procurou saber quais as formas de verificação adoptadas pelo IAVE para evitar situações do género. Como resposta, o IAVE indicou, apenas, que “a informação-prova disponível é aquela que o IAVE reconhece como válida”.<_o3a_p>
São obrigados a fazer a PACC todos os docentes com menos de cinco anos de serviço que quiserem candidatar-se a dar aulas; e podem fazer os testes nesta segunda fase (marcada para os dias 25, 26 e 27 de Março, na pausa lectiva da Páscoa) os 1636 que ficaram aprovados na primeira, a componente comum, realizada em Dezembro. <_o3a_p>
Segundo o MEC, a componente comum (que em Dezembro eliminou 854 candidatos) "visou comprovar a existência de conhecimentos e capacidades fundamentais e transversais à leccionação de qualquer disciplina, área disciplinar ou nível de ensino, tais como a capacidade de comunicação em língua portuguesa, a leitura e a escrita, o raciocínio lógico e crítico ou a resolução de problemas em domínios não disciplinares". A componente específica "avalia o domínio dos conhecimentos e capacidades essenciais para a docência em cada grupo de recrutamento e nível de ensino".<_o3a_p>
Sete organizações sindicais convocaram para todo o mês de Março uma greve de professores ao serviço relacionado com prova. Fizeram o mesmo em Novembro, quando se realizou a componente comum, mas a paralisação não teve qualquer efeito, já que em cada escola bastavam cerca de seis docentes para que os testes se pudessem realizar. <_o3a_p>