Projecto para atenuar depressão pós-parto financiado com 200 mil euros

Apesar da depressão perinatal ser um problema de saúde pública que pode ser prevenido, "sem programas de rastreio menos de 10% das mulheres afectadas recebem tratamento", alertam investigadores

Foto
PÚBLICO/Arquivo

O projecto é apresentado como Rastreio, prevenção e intervenção precoce na depressão perinatal – Eficácia de um novo programa nos cuidados de saúde primários. Consiste, em termos genéricos, na "aplicação a uma vasta amostra representativa de mulheres portuguesas, recrutadas nos cuidados de saúde primários e maternidades das regiões de Coimbra e de Aveiro, de um novo teste preditivo de auto-resposta", intitulado 'Rastreio e prevenção da depressão perinatal'.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O projecto é apresentado como Rastreio, prevenção e intervenção precoce na depressão perinatal – Eficácia de um novo programa nos cuidados de saúde primários. Consiste, em termos genéricos, na "aplicação a uma vasta amostra representativa de mulheres portuguesas, recrutadas nos cuidados de saúde primários e maternidades das regiões de Coimbra e de Aveiro, de um novo teste preditivo de auto-resposta", intitulado 'Rastreio e prevenção da depressão perinatal'.

Desenvolvido em Coimbra pela equipa do SPM da FMUC, "o teste avalia sintomas e factores de risco, permitindo prever quais as mulheres com maior probabilidade de ter depressão durante a gravidez e no período pós-parto", adianta a Universidade. Paralelamente, a equipa de investigadores vai realizar "ensaios clínicos (aos níveis da prevenção e intervenção precoce), por forma a validar a eficácia do programa de rastreio".

Para a coordenadora do projecto, Ana Telma Pereira, o objectivo da investigação, que dá continuidade ao trabalho científico desenvolvido na última década pelo Serviço de Psicologia Médica (e do qual resultaram "muitas publicações e apresentações internacionais"), é "continuar a contribuir para a minimização do elevado impacto negativo da depressão perinatal".

Apesar da depressão perinatal ser um problema de saúde pública que pode ser prevenido, "sem programas de rastreio menos de 10% das mulheres afectadas recebem tratamento", sublinha Ana Telma Pereira, adiantando que “todas as mulheres no período perinatal poderão, potencialmente, beneficiar com esta intervenção, pois a todas será dada a oportunidade de serem avaliadas quanto à presença de sintomas de depressão perinatal e factores de risco associados”.

As mulheres que mantenham ou a quem seja diagnosticada a patologia serão "encaminhadas para consulta externa de psiquiatria para avaliação e tratamento especializado por membros da equipa de investigação, no Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)", conclui Ana Telma Pereira.

Além da coordenadora do estudo e do director do SPM da FMUC, António Ferreira de Macedo, integram a equipa de investigadores envolvidos no projecto Maria João Soares e Mariana Marques, do SPM, e Carolina Roque, Miguel Bajouco, Nuno Madeira, Susana Renca e Vasco Nogueira, do Serviço de Psiquiatria do CHUC/FMUC. O financiamento foi atribuído pelo Programa Iniciativas de Saúde Pública, do European Economic Area Grants (EEA-Grants), no âmbito do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu 2009-2014. Resultou de um memorando de entendimento entre Portugal e os países doadores - Islândia, Liechtenstein e Noruega.