RTP revisita o PREC em 185 minifilmes diários de 1 minuto
Memórias da Revolução é um projecto da RTP e do Instituto de História Contemporânea, pensado para rever 1975 em 2015
O projecto, intitulado Memórias da Revolução, foi apresentado à imprensa no dia, hora e local onde tudo começou: 11 de Março, às 11h45, no antigo Regimento de Artilharia 1 (conhecido pela sigla Ral 1, depois Ralis), que é hoje o Regimento de Transportes, em Lisboa. Foi ali que começou e acabou uma tentativa de golpe de Estado comandada por Spínola, cujo falhanço abriu caminho ao chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC).
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O projecto, intitulado Memórias da Revolução, foi apresentado à imprensa no dia, hora e local onde tudo começou: 11 de Março, às 11h45, no antigo Regimento de Artilharia 1 (conhecido pela sigla Ral 1, depois Ralis), que é hoje o Regimento de Transportes, em Lisboa. Foi ali que começou e acabou uma tentativa de golpe de Estado comandada por Spínola, cujo falhanço abriu caminho ao chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC).
A convocatória trazia um “ar do tempo” (anunciando uma “Grande Concentração” e prometendo: “Repórteres: o PREC vai começar”), mas a sessão de apresentação do projecto não acompanhou a ambição anunciada. Não houve qualquer intervenção de protagonistas convidados (embora estivessem presentes, por exemplo, Vasco Lourenço ou o então comandante da Marinha Costa Correia), ficando o tal “ar do tempo” expresso apenas nos documentários mostrados: um sobre a nacionalização da banca, onde as respostas aos repórteres da época eram desarmantes (“Acho bem”, “Não sei”, “Não percebo nada de bancos, não tenho dinheiro lá”); outro sobre as longas filas para comprar selos para os carros, na esperança que eles ficassem mais baratos nesse mesmo dia; e um terceiro sobre um comício do PCP no Porto, no estádio das Antas, com Álvaro Cunhal.
Ao todo, são 185 episódios diários de 1 minuto cada (já estão prontos 27), além de 40 especiais semanais de 3 minutos (estão prontos seis), transmitidos não apenas na RTP1, a seguir aos telejornais, mas também na RTP2, RTP Informação, RTP África, RTP Internacional e Antena 1, ficando disponíveis numa área específica do site da RTP.
O projecto Memórias da Revolução resulta de uma parceria entre a RTP e o Instituto de História Contemporânea (IHC) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que a par dos minifilmes da RTP está a reunir “testemunhos, histórias, memórias e objectos” de todos os que participaram activamente no processo revolucionário português.
Luís Marinho, administrador da RTP, explicou que este projecto “nasceu de um conjunto de ideias onde todas as áreas foram envolvidas”, enquanto Fernanda Rolo, professora do IHC, acentuou a “riqueza impressionante” do património fílmico e documental da RTP. “Todos nós vamos olhar para estes 40 anos do PREC de forma diferente”, concluiu.
Mas se os 185 episódios assentam na totalidade sobre reportagens da época, sem qualquer comentário adicional para lá da legenda explicativa na “moldura” que os acompanha, um outro documentário, que se estreia hoje, dia 11, às 23h13, na RTP1, quis ir mais longe. Intitulado Matança da Páscoa, memórias do 11 de Março de 1975, recolhe depoimentos actuais de ambos os lados da contenda, vencedores e vencidos, alguns deles ouvidos pela primeira vez. Assinado por Leandro Ferreira, Maurício Rosiel (de quem partiu a ideia) e Miguel Simal, este documentário de 51 minutos assinala os 40 anos do 11 de Março de 1975.