Rebeldes colombianos e Exército vão colaborar na desminagem do país

O acordo “deixa-nos mais perto do objectivo comum de alcançar a paz”, disse o Presidente, Juan Manuel Santos.

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Conferência de imprensa em que foi anunciado o acordo YAMIL LAGE/AFP

O acordo foi anunciado no sábado à noite em Cuba, onde desde há mais de dois anos decorrem negociações de paz.

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O acordo foi anunciado no sábado à noite em Cuba, onde desde há mais de dois anos decorrem negociações de paz.

“O Governo e as FARC chegaram a acordo para pedir à organização Norwegian People's Aid [Norwegian: Norsk Folkehjelp, nome da organização não-governamental, no original] para coordenar um projecto” de desminagem, segundo um comunicado lido pelo diplomata cubano Rodolfo Benitez.

A Noruega é, com Cuba, um dos países empenhados directamente nas negociações. O entendimento é o resultado de uma ronda negocial centrada nos direitos das vítimas.

 “A proposta de desminagem é um primeiro passo, mas um passo de gigante no caminho da paz”, disse o chefe da equipa negocial do Governo, Humberto de la Calle, antigo vice-Presidente da Colômbia.

Humberto de la Calle disse, segundo a BBC, que os membros das FARC envolvidos nas operações não usarão uniformes nem armas.

O chefe dos negociadores rebeldes, Ivan Marquez, disse que o acordo beneficiará “as pessoas humildes que trabalham a terra”.

O Presidente Colombiano, Juan Manuel Santos, recebeu com agrado uma notícia que dá um novo impulso aos esforços de paz. “Gostaria de felicitar a nossa equipa negocial e de reconhecer o que as FARC estão a fazer, porque isto deixa-nos mais perto do objectivo comum de alcançar a paz”, declarou.

Desde o começo das negociações em Cuba, em Novembro de 2012, as duas partes chegaram a acordo sobre  assuntos como a luta contra o tráfico de droga, a reforma agrária e a participação política.

A Colômbia é um dos países do continente americano com mais minas. Mais de 11 mil pessoas foram feridas ou mortas por minas terrestres nos últimos 15 anos, segundo a BBC. Mais de 220 mil pessoas foram mortas e 5,5 milhões tiveram de se deslocar ao longo das cinco décadas de conflito, segundo as estimativas oficiais. As FARC terão actualmente cerca de oito mil combatentes.