Em Kinshasa, são os robôs que mandam no trânsito
Cinco gigantes humanóides de alumínio movidos a energia solar regulam o tráfego nas congestionadas ruas da capital.
Esta semana, três novos destes humanóides foram entregues às autoridades locais, num projecto desenvolvido pela associação congolesa de engenheiras Women's Technology e que visa mitigar as elevadas taxas de sinistralidade rodoviária na capital de nove milhões de habitantes.
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Esta semana, três novos destes humanóides foram entregues às autoridades locais, num projecto desenvolvido pela associação congolesa de engenheiras Women's Technology e que visa mitigar as elevadas taxas de sinistralidade rodoviária na capital de nove milhões de habitantes.
Os três novos robôs — baptizados Tamuke, Mwaluke et Kisanga —, cada um com 250 quilos de peso e 2,50 metros de altura, vêm juntar-se a outros dois instalados na cidade há dois anos, dos quais são “uma versão melhorada”, explicou à Agência France Press a engenheira Thérèse Izay, chefe de projecto na Women's Technology.
E como funcionam? O robô levanta os braços, como se de um vulgar polícia de trânsito humano se tratasse, e das suas mãos saem luzes verdes ou vermelhas conforme a intenção seja bloquear ou deixar avançar o trânsito.
Construídos em alumínio e concebidos para resistir aos rigores do clima equatorial, estes robôs podem igualmente filmar infracções ao código da estrada graças às câmaras de videovigilância que trazem instaladas. As imagens são enviadas em tempo real para a polícia, que consegue analisar todos os movimentos dos automobilistas num perímetro aproximado de 200 metros.
Em Kinshasa, as infracções ao trânsito são muitas — e muitas vezes fatais. Desde 2007, a cidade contou "9717 acidentes rodoviários, dos quais 2276” causaram mortes, indicou à AFP o chefe da polícia na capital congolesa, Célestin Kanyama. "Estes robôs serão um trunfo importante para nós.”
“Na nossa cidade, qualquer pessoa pode cometer uma infracção e fugir, e dizer que ninguém viu. Mas agora, seja dia ou noite, vamos poder vê-la em tempo real e ela pagará a sua multa como em qualquer país sério do mundo”, acrescentou Thérèse Izay, para quem os novos robôs “reagem muito mais depressa” que os velhos modelos.
E não são só as autoridades que parecem satisfeitas com a nova companhia. “Há condutores que não respeitam as ordens da polícia. Mas com os robôs será diferente. Devemos respeitar o robô”, disse à AFP o taxista Poro Zidane.
A Women's Technology propôs às autoridades a compra de 30 destas máquinas para serem instaladas nas principais avenidas da capital, ao preço de 27.500 dólares (25 mil euros) cada. Em Kinshasa, o popular Robocop deixou de ser uma mera personagem de ficção.