Detidos dois suspeitos de envolvimento na morte de Boris Nemtsov

Os dois suspeitos foram identificados como Anzor Gubashev e Zaur Dadayev, dois russos do Cáucaso Norte.

Foto
Cerimónia fúnebre na passada terça-feira, em Moscovo AFP/ALEXANDER UTKIN

Os dois suspeitos foram identificados pelas autoridades russas como sendo Anzor Gubashev e Zaur Dadayev, dois russos do Cáucaso Norte (região no sul do país).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os dois suspeitos foram identificados pelas autoridades russas como sendo Anzor Gubashev e Zaur Dadayev, dois russos do Cáucaso Norte (região no sul do país).

De acordo com o Comité de Investigação – um dos órgãos responsáveis pela investigação do caso, juntamente com a polícia e o Serviço Federal de Segurança (FSB, em inglês) – os dois indivíduos foram detidos por alegadamente estarem “envolvidos na organização e execução do assassinato de Boris Nemtsov”. O Comité de Investigação adiantou ainda que o Presidente russo Vladimir Putin já fora informado do sucedido. 

Anzor Gubashev e Zaur Dadayev serão presentes a tribunal no domingo, em Moscovo, adiantou o Comité de Investigação.

Ilya Yashin, co-presidente do partido em que militava Nemtsov, reagiu neste sábado à detenção dos dois suspeitos. Yashin afirmou que não bastava deter os responsáveis materiais pela morte de Nemtsov e que os investigadores devem chegar também aos que “encomendaram o assassinato”.

Citado pela Reuters, Ilya Yashin disse que desejava acreditar que os dois suspeitos fossem realmente os responsáveis e que “de vez em quando, as autoridades trabalharam profissionalmente”. 

Boris Nemtsov, de 55 anos, foi morto com quatro tiros nas costas, quando circulava a pé com uma amiga na Grande Ponte de Pedra, nas proximidades do Kremlin. O homicídio ocorreu a 27 de Fevereiro, dois dias antes de uma marcha de protesto organizada pelo próprio contra a intervenção russa na Ucrânia. 

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, declarou que Nemtsov foi assassinado porque planeava revelar provas do envolvimento russo no conflito na Ucrânia. Um político de oposição, Ilia Iashin, também confirmou que Nemtsov estava a investigar a participação de soldados russos naquele país, um tópico sobre o qual tinha escrito recentemente nas redes sociais.

Logo após o homicídio, vários líderes mundiais pediram às autoridades de Moscovo uma investigação imparcial àquilo que consideraram ser um crime “horrendo” e “cruel”.

Na ocasião, o Presidente norte-americano, Barack Obama, pediu um inquérito “rápido, imparcial e transparente”, para assegurar que quem executou e ordenou o assassínio do opositor Boris Nemtsov responda por esse “crime cruel”.

“Nemtsov era um defensor incansável do seu país, tentando que os seus compatriotas russos gozassem dos direitos a que todos os povos têm direito”, disse Obama numa declaração, na qual acrescentou que os russos “perderam um dos defensores mais dedicados dos seus direitos”.

Notícia actualizada às 17h03. Acrescentada informação sobre os suspeitos e reacções de Ilya Yashin.