Aumento de pessoas que se recusam vacinar filhos pode ser problema na Europa
Director do ECDC lembra que há, neste momento, surtos de sarampo
O especialista lembrou que os surtos de sarampo que existem na Europa começaram na Alemanha, em Berlim, porque existem "clusters" de pessoas que se recusam a vacinar os filhos, o que é lamentável porque a vacina é muito importante para prever a doença. "Se estes grupos aumentarem, teremos um problema na Europa", destacou.
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O especialista lembrou que os surtos de sarampo que existem na Europa começaram na Alemanha, em Berlim, porque existem "clusters" de pessoas que se recusam a vacinar os filhos, o que é lamentável porque a vacina é muito importante para prever a doença. "Se estes grupos aumentarem, teremos um problema na Europa", destacou.
Marc Sprenger enalteceu a elevada taxa de vacinação em Portugal e disse desconhecer a existência no país destes grupos de pessoas que recusam a vacinação dos filhos, muito comuns no seu país (Holanda). As preocupações do diretor do ECDC com o aumento do sarampo extravasam as fronteiras europeias. "Uma das consequências do ébola foi a suspensão da vacinação. O que estamos agora a ver é surtos de sarampo na África ocidental, o que são más notícias", disse.
Para o especialista, a solução não passa pela obrigatoriedade da vacinação, mas sim por convencer os pais da importância de vacinarem os seus filhos. No final da visita que realizou ao INSA, incluindo aos laboratórios de elevada segurança, Marc Sprenger afirmou que Portugal "está bem preparado" para responder a eventuais casos de ébola. "É muito importante que a Europa apoie os países da África ocidental a acabar com o surto de ébola", disse. Apesar de algum abrandamento da infecção, registam-se ainda cerca de 40 casos diários, metade dos quais fatais. "Continua a ser um número substancial", disse.
Marc Sprenger adiantou que esta diminuição do número de casos é um bom sinal, mas trava o avanço da vacina, que por isso só deverá apresentar resultados finais dentro de alguns meses. "Estamos a testar vacinas, mas podemos testá-las de diferentes formas e a melhor forma seria testar em pessoas que pudéssemos ver que eram os últimos casos, mas isso não é fácil".
Actualmente está em transporte parte de um laboratório que será montado na Guiné-Bissau, onde técnicos do INSA e profissionais da Direcção-Geral da Saúde e do INEM vão ajudar a população no diagnóstico do vírus ébola. Segundo o presidente do INSA, Fernando Almeida, a equipa do instituto segue no próximo dia 13, devendo o laboratório estar operacional no final do mês.