Cirurgias e urgências aumentaram nos hospitais públicos em 2014

Mais de 57 % das cirurgias já são feitas em ambulatório, segundo os dados oficiais

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Alguns hospitais privados preparam-se para recusar fazer algumas cirurgias Enric Vives-Rubio

De acordo com os dados da actividade assistencial do ano de 2014, da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), de uma maneira geral a “actividade do SNS [Serviço Nacional de Saúde] mantém níveis de crescimento”, atingindo um “valor inédito” nas cirurgias programadas.

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De acordo com os dados da actividade assistencial do ano de 2014, da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), de uma maneira geral a “actividade do SNS [Serviço Nacional de Saúde] mantém níveis de crescimento”, atingindo um “valor inédito” nas cirurgias programadas.

O número de cirurgias programadas em 2014 foi de 557.339, sendo equivalente a um aumento de 1%  (mais 6603 cirurgias realizadas do que no ano anterior), revela a ACSS, especificando que, do total de intervenções cirúrgicas, 57,4 por cento foram realizadas em ambulatório (55,8 por cento em 2013).

Segundo a ACSS, também se verificaram mais episódios de urgência do que no ano anterior, com um total de 6,1 milhões casos urgentes atendidos.
O aumento, correspondente a 1%, ou seja, mais de 60 mil episódios de urgência, é justificado pela ACSS com a sazonalidade dos surtos de doenças.

No que respeita ao acesso aos cuidados de saúde primários, observou-se “a continuação da tendência dos últimos anos no aumento do acesso”, designadamente através de um crescimento de 0,6%  do número de consultas (mais 165.268 consultas do que em 2013). Esta tendência também se verificou no número de utilizadores dos cuidados de saúde primários: mais 7712 utentes utilizadores, quando no ano passado foram 7.053.513.

A ACSS regista ainda um “aumento significativo” nas consultas de enfermagem, com uma subida de 6,9% - mais um milhão de consultas do que em 2013 -, num total anual de 15,6 milhões de consultas.

O número de consultas médicas não presenciais (1,3 %) teve um aumento superior ao das consultas presenciais (0,3%), o que -- na opinião da ACSS -- reflecte a melhoria do acesso, com maior flexibilidade e adequação às necessidades das populações. Ao nível da consulta externa hospitalar, constatou-se um crescimento de 0,9%  nas primeiras consultas (correspondente a 3,4 milhões de consultas) e de 1,9%  nas consultas subsequentes (equivalente a 8,48 milhões de consultas).

No total realizaram-se mais 188.123 consultas médicas hospitalares do que no período homólogo, sintetiza a ACSS, destacando a “tendência de aumento da produção de consultas nos hospitais do SNS”, nomeadamente primeiras consultas. Ao nível do internamento, a ACSS diz que os dados recolhidos reforçam “a tendência de transferência da atividade de cirurgia convencional para o ambulatório”.