PÚBLICO reconhecido como projecto de qualidade
Jornal diário completa um quarto de século na quinta-feira.
"O PÚBLICO nasceu como um jornal que quis preencher um vazio que os fundadores sentiam que existia na imprensa, por isso criaram um jornal diário que fosse além do óbvio, que fosse profundo, com aposta na cultura, na política internacional, com criatividade no dia-a-dia", diz Bárbara Reis à Lusa.
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"O PÚBLICO nasceu como um jornal que quis preencher um vazio que os fundadores sentiam que existia na imprensa, por isso criaram um jornal diário que fosse além do óbvio, que fosse profundo, com aposta na cultura, na política internacional, com criatividade no dia-a-dia", diz Bárbara Reis à Lusa.
Para Pinto Balsemão – a Impresa é detentora do semanário Expresso, da revista Visão e de outros títulos –, o PÚBLICO "assumiu-se como um projecto de jornalismo de qualidade, o que é fundamental para o funcionamento da democracia e para a existência de um sistema de comunicação social livre".
Para o crítico de televisão e professor Eduardo Cintra Torres, que foi colaborador do PÚBLICO, este "era um jornal que fazia falta", não só porque "alargou o pluralismo", como também "trouxe cor à imprensa", porque "contrastou, acrescentou cor ao cinzento". O PÚBLICO "teve características muito próprias: maior atenção à cultura, ao internacional, ao jornalismo de investigação, com uma opinião mais desassombrada, com uma aura de jornal europeu", o que "foi muito positivo", acrescenta.
"Tornou-se um jornal de referência", continua, lembrando que na parte da inovação, o diário do grupo de Belmiro de Azevedo trouxe as colecções de livros, de banda desenhada, além do lançamento do site, que "também foi inovador".
No que diz respeito ao site, Bárbara Reis lembra que, "na primeira síntese que os fundadores do PÚBLICO fizeram, definiram a inovação tecnológica como prioridade e isso até hoje mantém-se", recordando que o site tem 20 anos, sendo pioneiro nesta área. Aliás, é o "único [em Portugal] que tem um sistema de assinaturas paywall [pagamento de conteúdos online]", sublinha, o qual foi lançado em Novembro de 2013. "Aumentámos de 3500 para 17.000 assinaturas [digitais] em pouco mais de um ano, os leitores já perceberam que vale a pena pagar pelo jornalismo de qualidade online. Esta mudança de mentalidade está a acontecer", avalia.
Também o jornalista Carlos Magno, que actualmente é presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), considera que o projecto foi positivo para o sector de media em Portugal. "Assisti ao nascimento do PÚBLICO a partir do Expresso. Fui, por isso, um espectador diário da bancada semanal que aplaudiu o improvável encontro de Vicente Jorge Silva [fundador] com Belmiro de Azevedo [patrão da Sonae]. O génio de ambos e o mau feitio dos dois materializou um projecto que contaminou positivamente toda a pobre paisagem mediática portuguesa", diz, acrescentando que o PÚBLICO "inflaccionou os salários de todos nós e profissionalizou o jornalismo português".
"Bom jornalismo, de qualidade, criatividade e inovação tecnológica" são a chave para o futuro, "o jornalismo é um serviço público que importa a todos", resume Bárbara Reis, que assumiu o compromisso de continuar a "trabalhar todos os dias para isso".
Questionada sobre as afirmações do patrão da Sonae, Belmiro de Azevedo, numa entrevista à revista 2 em Março de 2013, em que dava dois anos ao diário, do qual o grupo é dono, para se tornar viável, Bárbara Reis afirmou: "Essa é uma decisão que cabe aos accionistas. Nós trabalhamos todos os dias para que o PÚBLICO continue forte e relevante por muitos e bons anos".
A Lusa tentou obter um comentário de Belmiro de Azevedo sobre os 25 anos do jornal, mas até ao momento não foi possível.