PS questiona Passos directamente sobre dívida à Segurança Social

Maioria chumbou um conjunto de preguntas na comissão parlamentar e acusou PS de querer fazer "espectáculo" para a comunicação social. Os socialistas optaram pela via do questionamento directo.

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Nuno Ferreira Santos

Nos corredores da maioria, no Parlamento, é indisfarçável o incómodo perante o caso. Os centristas esperam para ver o desenrolar dos acontecimentos e lembram que já se iniciaram conversações sobre a coligação. Os sociais-democratas não escondem que, nos primeiros dias, houve uma má gestão de comunicação perante a notícia do PÚBLICO que dava conta de dívidas antigas do chefe do Governo à Segurança Social.

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Nos corredores da maioria, no Parlamento, é indisfarçável o incómodo perante o caso. Os centristas esperam para ver o desenrolar dos acontecimentos e lembram que já se iniciaram conversações sobre a coligação. Os sociais-democratas não escondem que, nos primeiros dias, houve uma má gestão de comunicação perante a notícia do PÚBLICO que dava conta de dívidas antigas do chefe do Governo à Segurança Social.

Esta quarta-feira, a bancada socialista tentou fazer aprovar um conjunto de perguntas sobre a situação de Passos Coelho na Segurança Social na comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social. Esta fórmula foi escolhida pelo PS para que o pedido fosse mais célere e revestisse uma forma mais institucional.

O PSD e o CDS argumentaram que o procedimento é contrário ao regimento da Assembleia da República e chumbaram o requerimento socialista, depois de um aceso debate.

Adão e Silva, deputado do PSD, classificou então a via escolhida pelo PS de questionar Passos Coelho como sendo a "mais longa e mais tortuosa", "tíbia" e também contrária ao Regimento da Assembleia da República, tendo como único objectivo "o espectáculo" da presença da comunicação social. E sugeriu que o PS fizesse as perguntas directamente ao primeiro-ministro.

Nuno Sá, coordenador da bancada do PS, contrapôs que a via do requerimento directo ao primeiro-ministro não oferece garantias de resposta, alegando que Passos Coelho, desde 2012, tem por responder seis perguntas formais formuladas por deputados. Duas têm a ver com o acordo ortográfico, uma está relacionada com a participação de membros do Governo na pré-campanha eleitoral autárquica e uma outra versa sobre a construção de novo transvase em Espanha. Em 2013, o primeiro-ministro foi questionado sobre as despesas de funcionamento dos gabinetes ministeriais e sobre o Instituto do Território e ainda não respondeu. Já mais recentemente foi questionado sobre as secretas.