Toyota espera subida dos híbridos no ano em que testa vendas de hidrogénio

Modelo Mirai superou as expectativas no Japão. Chega em Setembro à Europa.

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Os problemas foram detectados apenas nos EUA Foto: Toru Hanai/Reuters

Incluíndo os automóveis da subsidiária Lexus, que produz carros de luxo, a multinacional nipónica vendeu 178 mil veículos híbridos em 2014 – aproximadamente um em cada cinco carros que colocou no mercado tinham esta tecnologia. O crescimento de 13% nos híbridos supera largamente a evolução das vendas totais, que foi de 4,8%, durante um ano de forte recuperação para o sector. Já de acordo com dados da Associação Europeia da Fabricantes Automóveis, as vendas de veículos eléctricos e híbridos dispararam quase 37% ao longo do ano passado.

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Incluíndo os automóveis da subsidiária Lexus, que produz carros de luxo, a multinacional nipónica vendeu 178 mil veículos híbridos em 2014 – aproximadamente um em cada cinco carros que colocou no mercado tinham esta tecnologia. O crescimento de 13% nos híbridos supera largamente a evolução das vendas totais, que foi de 4,8%, durante um ano de forte recuperação para o sector. Já de acordo com dados da Associação Europeia da Fabricantes Automóveis, as vendas de veículos eléctricos e híbridos dispararam quase 37% ao longo do ano passado.

Em 2015, os híbridos deverão representar 22% das vendas da Toyota no mercado europeu, adiantou a marca, num encontro com jornalistas, à margem do Salão Automóvel de Genebra, que decorre esta semana. No evento, a empresa apresentou novas versões dos modelos Auris e Avensis.

Em Setembro, como já tinha sido anunciado, a empresa dará mais um passo no caminho dos carros ecológicos, com o lançamento europeu do Mirai, que já está à venda no Japão. O automóvel (cujo nome significa “futuro” em japonês) recorre àquilo que se chama célula de combustível, que converte o hidrogénio (um elemento abundante na natureza e que pode ser extraído da água) em energia eléctrica. O escape emite apenas vapor de água e, segundo a empresa, o abastecimento é feito em três minutos e a autonomia é semelhante à de um automóvel que use combustível convencional.

O Mirai vai-se estrear apenas em três países: Reino Unido, Alemanha e Dinamarca, onde existem infra-estruturas de abastecimento, bem como incentivos governamentais à compra de veículos menos poluentes. No mercado alemão, por exemplo, custará 66 mil euros antes de impostos.

As expectativas de vendas são muito baixas. A Toyota aponta para apenas 50 a 100 veículos vendidos na Europa até ao final do ano, mas espera multiplicar este número nos anos seguintes, seguindo o percurso do híbrido Prius, lançado em 1997. “Decidimos aumentar a produção [mundial] em 2016 para duas mil unidades”, afirmou aos jornalistas o responsável pelas operações na Europa, Didier Leroy.

A decisão foi justificada com uma procura no Japão que superou as expectativas. Leroy relembrou ainda que a empresa está a disponibilizar livremente as patentes da tecnologia usada no Mirai, com o objectivo de incentivar a adopção de hidrogénio em todo o sector. “Isto mostra o quão a sério estamos [a apostar na tecnologia]”.

Optimismo em Portugal
Depois de um ano em que o mercado de ligeiros de passageiros disparou 35% em Portugal, a Toyota espera mais crescimento este ano, embora a um ritmo mais modesto, espelhando o que têm sido as previsões do sector.

“Vemos 2015 com razoável optimismo, mas com alguma cautela. Não esperamos um crescimento em linha com o ano passado”, explicou ao PÚBLICO Filipe Sousa Campos, director de marketing e vendas da Toyota Caetano Portugal. No ano passado, as vendas de carros Toyota subiram quase 39%, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal.

Sousa Campos nota que parte da subida se deveu à renovação de frotas empresariais e ao crescimento do negócio do aluguer de carros, um fenómeno que espera ver repetido. “O segmento das empresas de rent-a-car trará algum dinamismo ao mercado e prevemos que as frotas de empresas sejam também um dinamizador importante”.

No mercado português, a Toyota tem o objectivo de “crescer ligeiramente”, para uma quota de 5%. A marca terminou 2014 com 6567 ligeiros de passageiros vendidos (a que se juntam 295 Lexus) e uma quota de 4,6%.

Já os veículos híbridos têm um peso ligeiramente mais reduzido do que acontece com a média do mercado europeu e representaram perto de 17% das unidades. “Este ano, prevemos alcançar os 20% nas vendas de ligeiros de passageiros”, antecipa Sousa Campos.

O jornalista viajou a convite da Toyota