Deputados alemães aprovam extensão da assistência financeira à Grécia
O programa em vigor terminava esta sexta-feira à meia-noite e a Alemanha é o único país onde o Governo precisa da aprovação do Parlamento.
Antes da votação, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, tinha pedido o apoio dos deputados a este acordo alcançado na terça-feira, falando de uma decisão que “não é fácil” mas é necessária para evitar o pior.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Antes da votação, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, tinha pedido o apoio dos deputados a este acordo alcançado na terça-feira, falando de uma decisão que “não é fácil” mas é necessária para evitar o pior.
“Nós, alemães, devemos fazer tudo para que a Europa permaneça unida”, defendeu Schäuble num discurso em tom grave. Mas “não o podemos fazer sozinhos”, acrescentou, sublinhando a responsabilidade de todos os países, principalmente da Grécia, “que tem de cumprir as medidas que são necessárias”.
“As discussões antes e depois das eleições gregas não tornaram esta decisão mais fácil. As discussões dos últimos dias e das últimas horas também não, para falar com muita contenção amistosa” disse o ministro alemão, que tem tido acesas trocas de palavras com o novo primeiro-ministro de Atenas, Alexis Tsipras, e com o seu homólogo grego, Yanis Varoufakis.
Na base do acordo de prolongamento do empréstimo “está um compromisso do Governo grego em aceitar o programa sem nenhuma reserva, nenhum limite, é preciso que isto se mantenha”, insistiu Schäuble. O acordo apresentado no Parlamento, “não representa mais biliões para a Grécia, não implica quaisquer mudanças no programa existente”.
O fim do programa de assistência já em vigor deste 2012 foi adiado por quatro meses e termina agora a 30 de Junho. A negociação foi desbloqueada na sexta-feira, num encontro entre os 19 ministros das Finanças da zona euro e os representantes da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu.
Na terça-feira, o Governo de Tsipras fez chegar a Bruxelas uma lista de reformas que serve de contrapartida à extensão do acordo de financiamento entre a Grécia e as instituições credoras.
O programa em vigor terminava esta sexta-feira à meia-noite e a Alemanha é o único país onde o Governo precisa da aprovação do Parlamento para assinar o acordo. Segundo uma sondagem publicada na quarta-feira, só 21% dos alemães se dizem favoráveis a este alargamento.
Mas os conservadores e os sociais-democratas que formam a coligação de governo liderada pela chanceler Angela Merkel dispõem de uma maioria de 80% no Parlamento, pelo que a aprovação estava garantida.