José Castella alvo de buscas por causa de “saco azul” do BES

Buscas ordenadas pelo Ministério Público tiveram lugar depois de o ex-secretário-geral do GES ter prestado esclarecimentos na AR.

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José Castella foi ouvido na AR à porta fechada e não se deixou fotografar Enric Vives-Rubio

Quando esteve na Assembleia da República (AR), Castella revelou que embora "formalmente" tivesse sido "nomeado administrador" da ES Enterprise, nunca exerceu funções efectivas nem lhe foi apresentado um único balanço da sociedade.

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Quando esteve na Assembleia da República (AR), Castella revelou que embora "formalmente" tivesse sido "nomeado administrador" da ES Enterprise, nunca exerceu funções efectivas nem lhe foi apresentado um único balanço da sociedade.

O PÚBLICO já noticiou que esta sociedade fantasma — por não constar do organigrama oficial do GES nem ser conhecida da generalidade dos membros da família — tinha sede na Suíça e movimentou verbas da ordem dos 300 milhões de euros. O Ministério Público, que está a investigar o perímetro de acção da sociedade, suspeita que possa ter servido para pagamentos ilícitos em várias geografias.

Ricardo Salgado e um quadro do GES suíço eram os gestores efectivos da ES Enterprise, como já foi apurado. O presidente da Escom, Helder Bataglia, confirmou na comissão de inquérito que tinha recebido uma comissão do GES, por serviços prestados na Venezuela, através da ES Enterprise. E já depois da sua audição, deu a conhecer, para justificar o movimento de cerca de oito milhões d euros, um contrato escrito em termos sui generis, isto tendo em conta os termos usados habitualmente pelo grupo então liderado por Ricardo Salgado.